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Murilo Rubião encerra a edição do Letra em Cena. Como ler... 2016

Centenário autor mineiro dono de textos fantásticos é tema do último encontro de projeto literário

Há cem anos nasceu, em Carmo de Minas, um escritor que fez das letras uma fantástica viagem ao mundo do realismo fantástico. Murilo Rubião é o último autor contemplado no projeto Letra em Cena. Como ler..., que será realizado no dia 25 de outubro, às 19h, no Café do Centro Cultural Minas Clube. A especialista em Rubião, Sandra Nunes, explicará a escrita e a atriz Mariana Viana, fará a leitura dramática. A entrada é franca.

 

Textos fantásticos, ausência da realidade, hipérbole e epígrafes bíblicas. Tudo isso está presente na escrita de Murilo Rubião. O autor foi, na literatura brasileira, o primeiro contista do gênero fantástico e foi desconhecido durante três décadas. Em 1974, o livro “O Pirotécnico Zacarias” tornou-se best-seller nacional e Murilo passou a ser conhecido e bastante lido.

 

O interessante na escrita de Murilo Rubião é que o texto causa perplexidade e fascinação nos leitores. O escritor apresenta casos irreais e surreais como se fossem a verdade. Em 1943 Mário de Andrade disse que Murilo Rubião “possui o mesmo dom de um Kafka. A gente não se preocupa mais, é preso pelo conto, vai lendo e aceitando o irreal como se fosse real, sem nenhuma reação mais”.

 

O que será explicado na última sessão do projeto Letra em Cena. Como Ler Murilo Rubião é que a este mineiro fez uma revolução nas letras do país. De acordo com Sandra Nunes “o que mais têm se comentado desde a publicação de ‘O Ex-mágico’, em 1947, é sua posição de precursor de um gênero - o fantástico - sem antecedentes na literatura brasileira.

Parece ficar claro, nos primeiros artigos sobre a obra do autor, a impossibilidade de definição do que são seus contos, e o certo espanto, misto de incômodo, que provoca uma obra ‘tão diferente’. Moacir de Andrade, no Estado de Minas, em 3.12.47, diz que a única coisa que se pode falar com precisão é que são ‘Contos de Murilo Rubião’”.

 

O referido autor utilizava dessa forma de escrita, o realismo fantástico, para falar da atualidade. Utilizando os absurdos como alegorias, o autor provocava a sociedade de forma inusitada e diversa, fazendo com que, os poucos que entendiam o que estava querendo dizer, saíssem do lugar. É necessário analisar o texto de Rubião com cuidado e atentar para todas as hipérboles que ele utilizava. Ainda é possível encontrar críticas que são fecundas para a sociedade atual.

 

Foto: Divulgação

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