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ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS RECEBE EXPOSIÇÃO DE “FOLHETOS DE CORDEL PORTUGUESES”, COLEÇÃO ARNALDO SARAIVA, PELO PROJETO UNIVERSIDADE LIVRE

PROFESSOR SARAIVA APRESENTA PALESTRA SOBRE A EXPOSIÇÃO DIA 7/11

A literatura de cordel do Brasil - parte da história cultural dos brasileiros - serviu de grande inspiração a manifestações eruditas, tanto na literatura quanto no cinema e nas artes plásticas. Pouca gente sabe, mas o cordel tem origem europeia, e chegou ao Brasil com os modelos do cordel português. Alguns desses modelos poderão ser apreciados na exposição “Folhetos de Cordel Portugueses”, que será aberta no dia 08 de novembro, às 9 horas na Academia Mineira de Letras.

Exposição, que exibe cerca de 150 folhetos, cobrindo mais de três séculos e meio da literatura de cordel em Portugal, faz parte do projeto Universidade Livre – Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,5 mil médicos cooperados e colaboradores e copatrocínio da CBMM. A AML integra o Circuito Liberdade.

Pela primeira vez em Belo Horizonte, será possível ver expostas largas dezenas de folhetos de cordel portugueses pertencentes à mais vasta coleção particular que se conhece, a coleção de Arnaldo Saraiva, que inclui exemplares impressos desde os primórdios do século XVII até a extinção dessa forma de expressão em Portugal, nos meados do século XX. Alguns deles são exemplares únicos. A maioria são raridades.

Arnaldo Saraiva, que fará uma palestra sobre a exposição no dia 7 de novembro, às 19h30, é professor emérito da Universidade do Porto, de cuja Faculdade de Letras foi professor titular, e é também ensaísta, cronista, poeta, tradutor, sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras e um dos maiores conhecedores e divulgadores da nossa cultura e da nossa literatura em Portugal e outros países.

Sobre os seus folhetos, diz Arnaldo Saraiva que nunca os adquiriu como “colecionador” e que, “dispersos que andavam por gavetas ou caixas”, só muito tarde se apercebeu de que tinha uma “coleção”, que justifica nestes termos:

“O meu interesse pelos folhetos veio do meu gosto pela literatura, que, ao contrário /…/ do comum gosto de acadêmicos ou letrados, nunca desvalorizou os modelos da chamada ‘literatura oral’; e convém não esquecer que os textos de muitos folhetos, a começar pelos teatrais, não só prezam os registos que lembram a oralidade, como foram, ou são ainda, lidos em voz alta, recitados e cantados. Mas cedo me dei conta de que até em folhetos bem pobres de literatura podia encontrar matéria de interesse – histórico, social, etnográfico, religioso, linguístico, humorístico etc.”, comenta.

A mostra torna evidentes algumas relações do folheto de cordel português com o folheto de cordel nordestino, relações não só de linguagem, estilo, temas, conteúdos e formas literária mas também – para não falarmos de exposição, circulação e venda - de tipos de papel, de modelos de impressão, de formatos, de grafismos, de ilustrações, começando pelas da “capa”, que se valeu com frequência e com relevância da xilogravura, mas não desconheceu outras artes e técnicas gráficas, como as da litografia, da zincogravura, da fotogravura, etc.

Foto: Divulgação

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