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O Artista João Castilho Realiza a Exposição Caos-Mundo, que Reúne Fotografias, Vídeos e Instalações.

No dia 6 de novembro (quarta-feira), acontece a abertura de “Caos Mundo” de João Castilho, na Funarte MG (Rua Januária, 68 - Floresta), em Belo Horizonte. A exposição reúne uma série de trabalhos do artista produzidos em 2012 e 2013, que operam como sintomas de tensões políticas contemporâneas. O horário de funcionamento é de 13h às 21h, com entrada gratuita. A exposição foi premiada pelo Prêmio Funarte Arte Contemporânea 2013. Os trabalhos da exposição - que reúne vídeos, fotografias e instalações - conduzem as questões tratadas em cada um deles ao limite. Homens negros numa embarcação, espécie de bote negreiro contemporâneo; uma tartaruga virada de ponta cabeça, presa para a eternidade em uma posição sem solução; um tiroteio no sertão; caminhos de retirantes, sejam eles homens ou animais; pessoas sendo alvejadas na frente das câmeras de tv. Cenas encontradas, situações construídas, imagens deslocadas, os trabalho, em sua maior parte, não se referem a fatos ou personagens específicos, mas a situações em geral. Por mais que se trate de uma conjuntura histórica específica, a contemporaneidade, as imagens aludem a uma indeterminação não apenas no sentido temporal e espacial, mas também em relação à própria natureza dos sujeitos. De acordo com o curador Marcelo Campos, na exposição Caos-mundo, João Castilho parte do conceito homônimo de Edouard Glissant, onde o autor se dedica a compreender os acontecimentos que nos fazem ultrapassar a dicotomia oralidade e escrita. No Caos-mundo, “a existência de uma Totalidade-terra prevê uma reformulação na relação entre normas e regras, abrindo- se a compreensão de fatos políticos e estéticos advindos das margens da sociedade. estamos confrontados ao resultado do uso da linguagem que transcende a norma culta. E, ao contrário do erro gramatical, este abuso da narrativa nos lança alertas sobre a existência de uma impossibilidade de comunicação nas vias tradicionais. A escrita, como já nos alertara Jack Good, é a domesticação do pensamento. O caos, então, seria uma resposta, um escape”, explica. Obras A errância, o exílio (2013) | A primeira imagem desse díptico mostra um túnel visto de dentro pra fora (errância), a segunda mostra o mesmo túnel na situação invertida, visto de fora pra dentro (exílio). Na exibição lado a lado das imagens, a relação entre elas vai criando um entrelaçamento complexo entre dentro e fora, entre claro e escuro, entre luz e sombra, entre preto e branco, entre aberto e fechado, entre entrar e sair, entre começo e fim. Vade Retro (2012) | Série de fotografias de vários formatos que trás uma reflexão sobre o homem e a natureza como entidades fissuradas, cindidas. Os corpos se apresentam sempre fraturados, incompletos. Não há plenitude. Há o individuo confrontado com sua própria impotência em uma atmosfera fora de controle. As imagens mostram vultos, seres híbridos, corpos estilhaçados e rompe-se a hierarquia tradicional entre homem e natureza, homem e animais. Emboscada (2013) | Quatro vídeos exibidos simultaneamente criam a ilusão de um tiroteio em estradas de terra ermas e vazias. Os vídeos são exibidos em TVs de tubo no chão. Retirante (2012) | O políptico mostra 32 fotografias em preto e branco de marcas deixadas no solo por pessoas repetindo o mesmo caminho ao longo dos anos. Rastros do deslocamento as marcas perpassam a relva mais escura até o solo mais claro evidenciando esses desenhos a partir do alto contraste. O trabalho figura um emaranhado de formas-trajetos num jogo caótico de linhas e atualiza de alguma forma, procedimentos do jogo de altas e baixas luzes da fotografia modernista. Mundo-cão (2013) | Letras recortadas de jornais do segmento que exploram a dor e a tragédia alheia. Essas letras foram ampliadas e formam a expressão Caos-mundo, espécie de anagrama do título do trabalho Mundo-cão. Mundo cão é o conteúdo de um certo tipo de folhetim noticioso focado na exploração da violência e do sexo. Abismo (2013) | O vídeo mostra uma pequena embarcação tripulada por homens negros. Ruma, lentamente, para o desconhecido. Pensamos nas embarcações que saem do norte da África para o sul da Europa, das embarcações que deixam Cuba em direção a Flórida e nas centenas de embarcações que deixaram a África rumo as Américas. O desconhecido, sempre aterrador. Morte Súbita (2012) Nove vídeos mostram nove situações envolvendo snipers, reféns e/ou conflitos - retiradas da imprensa televisiva, no you tube. Os vídeos têm dois momentos: o primeiro é uma imersão em alguma cor do próprio vídeo; o segundo é a situação em si. Todos os nove vídeos são alinhados pela hora do tiro. João Castilho João Castilho é artista visual. Trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Seus trabalhos tem inspiração na literatura, na arte, na cultura popular, na atualidade e em sua própria história oscilando entre a memória pessoal e coletiva. João explora temas existenciais e políticos da vida e da morte, do bem e do mal, da inocência e da culpa, da pulsão e do medo. É mestre em Artes Visuais pela UFMG. Realiza exposições individuais e participa de coletivas regularmente no Brasil e no exterior. Entre elas Bienal Internacional de Curitiba, 2013; Foto Bienal Masp, 2013; Elóge du Vertige, Maison Européenne de la Photographie, Paris, 2012; Mythologies, Shiseido Gallery, Tóquio, 2012. Tem obras em importantes acervos como MAM de São Paulo, MAM da Bahia, Museu da Pampulha, Coleção Itaú, Musée du Quai Branly.

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