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TEATRO EM MOVIMENTO E SESC PALLADIUM APRESENTAM “SUASSUNA – O AUTO DO REINO DO SOL”, MUSICAL QUE HOMENAGEIA OS 90 ANOS DE ARIANO SUASSUNA. DIAS 18 E 19 DE NOVEMBRO

O Teatro em Movimento, festival que acontece durante o ano inteiro sempre com variedades de gêneros teatrais, em parceria o Sesc Palladium, trazem à capital mineira o espetáculo “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”, musical com canções inéditas de Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho, encenação de Luís Carlos Vasconcelos e texto de Braulio Tavares, que traz no elenco a companhia Barca dos Corações Partidos, premiada por “Auê”, “Gonzagão – A Lenda” e “Ópera do Malandro”. A montagem, que é uma homenagem aos 90 anos de Ariano Suassuna, terá duas apresentações no Grande Teatro do Sesc Palladium, dias 18 e 19 de novembro, sábado, às 21h e domingo, às 19h30.

 

O Teatro em Movimento tem o patrocínio da Unimed-BH e do Itaú, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Nacionalmente, o espetáculo tem patrocínio da Rede, pela Sarau Agência.

 

“Suassuna – O Auto do Reino do Sol” traz na essência uma série de características de seu homenageado. Ariano Suassuna (1927- 2014) – que teria completado 90 anos em junho de 2017 – defendeu incansavelmente a brasilidade e a valorização da cultura nacional, ao mesclar a arte popular e o universo erudito em todas as suas obras.

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Antes do início do espetáculo, no dia 18/11, sábado, das 19h20 até às 20h20, ocorrerá a apresentação do Concerto Armorial para Üd, com Flávio Medeiros e convidados, no Foyer da Rua Rio de Janeiro, em palco voltado para a calçada, com acesso gratuito. O Concerto Armorial para Üd, concebido por Flávio Medeiros é fruto de um longo período de dedicação à pesquisa dos idiomas musicais oriundos de troncos-linguísticos milenares, sobretudo o Dastgah, sistema modal da música persa. Tendo o Üd (cordofone em forma de meia pera ou gota, similar ao alaúde) como instrumento protagonista. O concerto propõe uma nova ponte entre a escola de performance da música Oriental Tradicional e a consagrada Música Armorial. O músico, também compositor e arranjador, utiliza o instrumento em seu trabalho autoral como meio de exercício artístico do temperamento modal aplicado à performance da música brasileira.

 

Com a benção de Suassuna

Idealizadora deste tributo ao escritor paraibano, a produtora Andrea Alves, da Sarau Agência, lançou o desafio para a Cia. Barca dos Corações Partidos e convidou três ilustres conterrâneos de Ariano para criar algo totalmente inédito, inspirado em seu legado e desenvolvido em um processo coletivo. Desta forma, nasceu o musical. Em 2007, a Sarau Agência realizou uma grande programação para festejar os 80 anos de Ariano e, desde então, foi criado um vínculo do escritor com Andrea, responsável por todas as montagens da Barca dos Corações Partidos e por uma série de projetos que celebraram a arte brasileira nos últimos 25 anos. “Há algum tempo, Ariano me falou: “Não venha comemorar meus 85 anos, eu não vou morrer, quero que você festeje os meus 90!”. Naquele momento me senti condecorada e com uma grande missão pela frente”, conta a produtora.

A ideia inicial surgiu em conversas de Andrea com Ariano, que se confessava um palhaço frustrado e que elegeu o palhaço de ‘O Auto da Compadecida’ como um dos seus personagens prediletos. “Assim, surgiu a ideia de uma grande homenagem ao palhaço de Ariano e pensei na reunião da Barca dos Corações Partidos com o que eu chamo de “trio paraibano”. Assim foi sendo criada esta peça inédita, com músicas e texto originais, mas totalmente inspirada no legado de Ariano”, resume.

A escolha de Ariano Suassuna foi também coerente com toda a trajetória da Barca dos Corações Partidos, fiel defensora de um repertório nacional e de um teatro que privilegia o intercâmbio de linguagens. Recentemente, o grupo arrebatou os principais prêmios da temporada (Prêmio APTR de Melhor Espetáculo, Música e Produção; Prêmio Shell de Direção para Duda Maia; Prêmio Cesgranrio de Direção, Direção Musical e Espetáculo; Prêmio Botequim Cultural de Melhor Espetáculo Musical, Direção, Autor, Ator (coletivo de atores), Me) com ‘Auê’ (2016), espetáculo construído apenas com músicas originais dos membros do grupo, responsáveis por utilizar no palco elementos de teatro, música, dança e performance.

O grupo se formou no processo de “Gonzagão – A Lenda” (2012), celebração de outro ícone nordestino, Luiz Gonzaga, e logo em seguida reviveu um clássico de Chico Buarque (‘Ópera do Malandro’, 2014), ambos com direção de João Falcão. Chico César, Braulio Tavares e Luís Carlos Vasconcelos assistiram aos três trabalhos e aceitaram na mesma hora o convite para se unir nesta nova empreitada.

‘Além de ser um espetáculo que homenageia os 90 anos de Ariano Suassuna, quero falar do meu fascínio com essa trupe. Sempre trabalho com meus atores, com o meu grupo. Sempre tive receio de pegar um trabalho de outra companhia, mas tudo se dissipou em nosso primeiro encontro. É fascinante observar todas as possibilidades que estes atores tem como músicos, cantores, atores e palhaços’, diz Luís Carlos, fundador do celebrado grupo Piollin e diretor de montagens emblemáticas, como ‘Vau da Sarapalha’, em repertório desde a estreia, em 1992.

O espetáculo

O texto e as canções do musical foram produzidos ao longo do processo de ensaios, que começou ainda no ano passado, quando o elenco fez uma série de oficinas circenses e também excursionou pelo Nordeste brasileiro no que foi chamado de Circuito Ariano Suassuna. Guiados por Dantas Suassuna, filho de homenageado, a trupe esteve em Casa Forte (Recife), conheceu a famosa Pedra do Ingá e visitou a fazenda de Taperoá (Paraíba). Entre muitas palestras e oficinas, o grupo se preparou para o intenso processo criativo, em que se reuniram por oito horas diárias e apenas uma folga semanal nos últimos quatro meses.

Neste período, Braulio Tavares idealizou a história central da montagem, centrada em uma trupe de circo-teatro e nos acontecimentos de uma noite de apresentação do grupo. O picadeiro de um circo é o cenário perfeito para aparecerem personagens de Ariano, como João Grilo e Chicó (‘O Auto da Compadecida’) e outros conhecidos tipos da Literatura Clássica, além de servir como pano de fundo para as histórias dos integrantes da companhia fictícia.

O projeto sempre quis falar de Ariano sem, no entanto, apresentar um espetáculo biográfico ou mesmo uma adaptação de suas obras. ‘Quando entrei na história, já estava decidido que não seria um espetáculo Armorial e que teríamos a liberdade de subverter, de trazer o Ariano de outras formas. A criação foi toda impregnada de Ariano, de seus personagens e de seu universo, relata Luís Carlos Vasconcelos, que trouxe toda a sua imensa bagagem como palhaço para o processo. ‘É uma homenagem ao Ariano palhaço. O público é guiado por uma espécie de Palhaço Mestre de Cerimônias, como era habitual em seu teatro’, diz.

A parte musical seguiu pelo mesmo caminho. Os textos poéticos e as letras das músicas usam as formas tradicionais de poesia popular que foram cultivadas por Ariano, como a sextilha, a décima, o martelo e o galope. Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho, mostravam as melodias e algumas letras surgiam de improviso, outras cabiam exatamente em alguns trechos do texto. A maioria das letras ficou a cargo de Braulio Tavares, mas também tem canções de outros integrantes da companhia, como Adrén Alves e Renato Luciano. ‘Contaminação foi a palavra que define todo este projeto. As melodias foram contaminadas pelas letras e vice-versa. Criamos algo novo, mas totalmente contaminado por Ariano’, analisa Chico, a quem o escritor chegou a dedicar um livro de poesias.

 

O ESPETÁCULO ESTÁ INDICADO NOS SEGUINTES PREMIOS:

CATEGORIAS DO PRÊMIO CESGRANRIO: Espetáculo - Suassuna – O Auto Do Reino Do Sol / Direção - Luiz Carlos Vasconcelos / Direção Musical - Chico César, Beto Lemos E Alfredo Del-Penho / Figurino - Kika Lopes E Heloisa Stocker / Cenografia - Sérgio Marimba / Iluminação - Renato Machado / Texto Nacional Inédito - Bráulio Tavares / Ator Em Musical - Adrén Alves, Alfredo Del-Penho e Renato Luciano

CATEGORIAS PRÊMIO REVERÊNCIA DE TEATRO MUSICAL: Melhor Direção - Luis Carlos Vasconcelos / Melhor Atriz - Rebeca Jamir por ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ / Melhor Autor - Bráulio Tavares por ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ / Melhor Figurino - Kika Lopes e Heloisa Stockler / Melhor Iluminação - Renato Machado / Melhor Cenário - Sérgio Marimba / Melhor Design de Som - Gabriel D’Angelo / Melhor Direção Musical - Chico Cesar, Alfredo Del-Penho e Beto Lemos / Categoria Especial - Elenco da Cia. Barca dos Corações Partidos por ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ / Melhor Espetáculo - ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’

 

FICHA TECNICA - SUASSUNA – O AUTO DO REINO DO SOL

Uma encenação de Luiz Carlos Vasconcelos / Texto: Bráulio Tavares / Música: Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho / Idealização e Direção de Produção: Andrea Alves / Com a Cia. Barca dos Corações Partidos: Arde Alves, Alfredo Del Penho, Beto Lemos, Fábio Enriquez, Eduardo Rios, Renato Luciano e Ricca Barros. / Atriz convidada: Rebeca Jamir / Artistas convidados: Chris Mourão e Pedro Aune / Cenografia: Sérgio Marimba / Iluminação: Renato Machado / Figurinos: Kika Lopes e Heloisa Stockler / Design de som: Gabriel D’Angelo / Assistente de direção: Vanessa Garcia / Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno / Produção Executiva: Rafael Lydio/ Produção local em BH: Rubim Projetos e Produções / Realização em BH: Teatro em Movimento, com patrocínio da Unimed-BH e Itaú , em parceria com o Sesc Palladium.

SOBRE O TEATRO EM MOVIMENTO

O festival Teatro em Movimento, coordenado pela Rubim Produções, de Tatyana Rubim, completa 16 anos, em 2017, com o objetivo de descentralizar o acesso às grandes montagens do eixo Rio-São Paulo, promovendo a circulação dos mesmos para Belo Horizonte que tornou-se, ao longo do tempo, praça relevante para a apresentação de importantes repertórios. Além disso o projeto também atua em outros Estados e o outras cidades. Desde então, contabiliza 178 montagens, que somam mais de 526 apresentações, envolvendo cerca de 552 artistas, em 14 cidades, 27 teatros e público superior a 394.214 mil pessoas.

Inicialmente, atuando em Minas Gerais e seu entorno, o projeto trouxe à capital mineira e algumas cidades do interior, espetáculos com peso nacional, tendo no elenco atores como Bibi Ferreira, Lázaro Ramos, Tais Araújo, Selton Mello, Renata Sorrah, Thiago Lacerda, Grace Passô, Débora Falabela, Yara de Novais, Mateus Solano, Glória Menezes, Antônio Fagundes, Nicete Bruno, Paulo Goulart, Marco Nanini, Luana Piovani, Lilia Cabral, Rodrigo Lombardi, Cláudia Raia, Marisa Orth, Paulo Gustavo, Julia Lemmertz e muitos outros. Dentre os espetáculos que o projeto deslocou para a capital mineira estão “Hamlet”, “Incêndios”, “Esta Criança”, “Gonzagão – a Lenda”, “Bibi Ferreira – Histórias e Canções”, “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf”, “O Grande Circo Místico”, “New York, New York”, “Bem-vindo, Estranho”, “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”, “Cassia Eller – o Musical”, “Azul Resplendor”, “Poema Bar” e muitos outros.

O festival também já atuou em outras cidade brasileiras, como São Luiz (MA), Vitória (ES) e Aracajú (SE), Corumbá(MS), São Paulo (SP), Mangaratiba (RJ), Canaã dos Carajás.(PA) Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, o projeto atua ou já atuou em Imperatriz, Açailandia, Parauapebas, Mangaratipa, Itabirito, Mariana, Ourilandia, Ouro Preto, Araxá, Tiradentes, Betim, Contagem, Ipatinga, Nova lima e Juiz de fora. Os resultados do projeto vão além da inclusão das cidades na circulação das montagens. A iniciativa possibilita a formação de um espectador mais crítico e de um público mais preparado e habituado a lotar as salas dos teatros. A ideia é consolidar o hábito de ir ao teatro e fomentar a cultura das artes cênicas, por isso os espetáculos acontecem ao longo do ano e não concentrados em um curto período como nos festivais. O teatro, sendo um agente de transformação social, é capaz de atuar como um difusor de ideias e de cultura podendo ser usado como um instrumento de comunicação. Para ratificar a potencialidade de transformação social e cultural do teatro e colocar em prática os objetivos do projeto, o Teatro em Movimento ainda promove, sempre que possível, oficinas gratuitas, palestras e workshops para profissionais da área e interessados. Dessa forma, cria-se uma rede de circulação de informação fortalecendo a possibilidade de sustentabilidade do setor cultural.

Foto: Marcelo R

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