Notícias

Flávio Renegado, maior expoente do rap contemporâneo feito em Minas, terá repertório executado por orquestra

Concerto inédito abre as comemorações dos 10 anos do lançamento do primeiro disco do artista, “Do Oiapoque a Nova York”, e celebra a ancestralidade africana

Violino, viola, cello e piano vão trocar as partituras eruditas pelo rap. As letras e músicas melódicas com tom romântico e crítica social de Flávio Renegado vão ganhar novos arranjos e uma apresentação imperdível na Sala Minas Gerais, dia 18 de novembro, sábado, às 20 horas. O concerto tem arranjos do maestroMarcelo Ramos, regência do maestro Marco Antônio Maia Drummond e a interpretação da Orquestra de Câmara SESIMINAS. No palco, um passeio pelo repertório do artista desde o álbum “Do Oiapoque a Nova York” (2008) até “Outono Selvagem” (2016).

Suite Masai é uma experiência pioneira e, ao mesmo tempo, um desejo antigo do artista que assina sucessos como “Suave”, “Minha Tribo é o Mundo”, “Rotina”, “Maldita” e “Relatos de Um Conflito Particular”. Voz potente e plural, Flávio Renegado não dispensa desafios e quer ressignificar o espaço predominante frequentado pelo público de música clássica e erudita, que é a sede da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. “Do morro vem o que você não esperava. O povo negro com o poder da palavra”, como ele já cantou.

Masai é o indivíduo de um povo africano. Seminômade que habita no norte da Tanzânia, no centro e no sul do Quênia. Masai é a descendência de Flávio, que mergulhou em pesquisas acerca desse guerreiro e exímio caçador que busca o respeito da tribo e o alcance dos sonhos. A mãe África é a base criativa para a composição deste espetáculo inovador no qual as rimas se unem às melodias da periferia e aos acordes. Os figurinos são assinados por Matheus Couto, a luz é de Gabriel Pederneiras (Grupo Corpo) e toda a ambientação e concepção partem de Flávio Renegado, que coloca a ancestralidade em diálogos com o presente e o futuro.

São 15 músicas, das quais 10 são de autoria de Flávio Renegado. As releituras mostram o leque de influências do rapper: Márcio Borges, um dos “sócios” do Clube da Esquina, o multi-artista Moacir Santos, Luiz Melodia e Vander Lee, dois nomes singulares na história da MPB. O concerto terá participações especiais dos cantores, compositores e instrumentistas Maurício Tizumba, Sérgio Pererê, da violista Nath Rodrigues e da poeta Mel Duarte. A Sala Minas Gerais vira espaço para celebrar Zumbi, Dandara e a Consciência Negra.

Após Suíte Masai, o artista segue com a turnê de “Outono Selvagem”, com escalas para Austrália e Nova Zelândia. Flávio Renegado vai lançar especialmente para o mercado internacional uma coletânea após o Carnaval, em parceria com o DJ e produtor Beco Dranoff.

Da comunidade Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, para os palcos internacionais, Flávio Renegado tem uma trajetória premiada e marcada por parcerias que passam por artistas diversos como Meninas de Sinhá, Samuel Rosa, Sérgio Pererê, Diogo Nogueira e Bebel Gilberto e Fernanda Takai. Artista agregador e sempre em movimento, rompe fronteiras do próprio gênero que o projetou sem perder a base poética flertando com samba, blues, latinidades, pop e funk. Sua música com apuro melódico contém timbres que passeiam pelo imenso legado da cultura africana. Ao longo de uma década a contar do disco de estreia, suas composições tocam em temas fundamentais como racismo, fazem críticas sociais contundentes e não perdem o quê de romance.

Sobre o maestro Marcelo Ramos

Marcelo Ramos é professor da Escola de Música da UFMG. Atuou como maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais por nove anos em duas gestões, onde demonstrou flexibilidade em várias frentes de repertórios que incluem música sinfônica, ópera e música popular.

Sobre o maestro Marco Antônio Maia Drummond

Há 30 anos é regente e diretor artístico da Orquestra de Câmara do Sesiminas. Mineiro de Belo Horizonte, ele iniciou seus estudos na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e graduou-se em regência na UFMG. Drummond realizou pós graduação na Polônia.

Sobre a Orquestra de Câmara Sesiminas

Criada em 1986, a Orquestra de Câmara Sesiminas foi responsável por levar um repertório camerístico de qualidade ao industriário mineiro. Ao longo dos anos, com apresentações em diversos espaços, passou a incluir o repertório eclético em suas apresentações.

Foto:Daryan Dornellas

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.