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MULHERES DRAMATURGAS são destaque do programa de cenas curtas do CEFART ME MOSTRA

3ª edição do evento, realizado inteiramente pelos estudantes, reúne 20 cenas curtas produzidas por alunos e ex-alunos

A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, realiza a 3ª edição da Me Mostra, com alunos do Curso de Teatro. O evento, totalmente produzido pelos estudantes do 1º e 2º anos, reúne cenas curtas que, pela primeira vez, compartilham um mesmo tema – Onde estão as dramaturgas?, cujo objetivo é valorizar as mulheres do teatro, bem como incentivar as pesquisas das alunas participantes.

O tema da mostra destaca cenas escritas por mulheres e a noite de abertura vai contar apresentação da performer Debora Guedes, leitura dramática de texto da dramaturga Sara Pinheiro, ex-aluna do Cefart, e apresentação do espetáculo “Peixes”, da atriz, diretora e produtora Ana Régis.

Para a aluna do primeiro ano e integrante da equipe de produção da Me Mostra, Giulia Haua, esse tema é muito importante para toda a sociedade. “Na ciência é muito comum homens ficarem famosos por suas descobertas, mas quando analisamos melhor a história, as mulheres também tiveram grandes feitos e foram esquecidas. No teatro isso não é diferente, sempre ouvimos falar de teóricos, dramaturgos, diretores e atores, mas as mulheres sempre produziram, dirigiram, atuaram e criaram muito no setor cultural, só não foram devidamente referenciadas e acabaram no esquecimento”, lamenta Gilulia Haua. Para a estudante, é bastante simbólico que todas as cenas da Me Mostra tenham sido escritas, interpretadas ou dirigidas por mulheres. “É mais do que necessário resgatarmos as mulheres na história das artes cênicas e incentivarmos, com a abertura de espaços como esse, para que também os talentos femininos ganhem visibilidade”, comemora Giulia.

Ao todo, serão apresentadas 20 cenas produzidas pelos alunos e, após cada apresentação, haverá debate entre os participantes e o público, para refletir criticamente sobre o fazer teatral. Cada novo encontro será mediado por uma debatedora convidada.

Da concepção ao resultado final – As cenas foram concebidas pelos alunos da ideia inicial até o resultado final, a encenação para o público, incluindo aspectos técnicos como iluminação, sonorização, com supervisão e orientação técnica do Coordenador da Escola de Teatro, Geraldo Octaviano, além de figurinos e maquiagem. Segundo Geraldo, esse é um grande momento de aprendizado para os alunos tanto na atuação no palco quanto fora dele. “Os alunos se revezam como atores, diretores, técnicos de som e de luz na mostra, e, para isso, os orientei a tratar a produção do evento de maneira profissional, já que o Teatro João Ceschiatti permite esse exercício”, comenta Geraldo, destacando a autonomia dos alunos na realização do evento.

A antiga Me Mostra Livre, renomeada nesta edição para Me Mostra, foi realizada pela primeira vez em 2017 a partir da necessidade dos alunos vivenciarem experiências de criação desde o início do curso, num espaço experimental, criador e democrático, que contribuísse para a formação profissional. Antes da criação da mostra, os alunos se apresentavam no espetáculo de formatura, realizado no 3º ano do curso.

Para Kaka Corrêa, aluno do 2º ano e um dos idealizadores da mostra, ter um espaço como este, para criar e testar as pulsões artísticas é incrível. “A Mostra nasceu de conversas em sala de aula sobre a necessidade de um evento assim na cidade e na escola e, hoje, ver o crescimento da mostra e a participação de tanta gente, revela que estamos no caminho certo. Enquanto artistas e estudantes, precisamos lutar por espaços como a Me Mostra, que são conquistados por nós e importantíssimos. Acreditamos na força do coletivo”, exalta Kaká Corrêa.

Foto: TiagoMiquéias

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