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Coletivo Transborda estreia espetáculo ÓVA em curta temporada

Montagem, que conta com a participação das mães das atrizes e atores, terá curta-temporada no Teatro de Bolso do Sesiminas nos dias 18, 19 e 20 de novembro

“O teatro é verdade”, é assim que a atriz Erika Rohlfs se refere ao falar sobre o fazer teatral. É justamente a partir da veracidade, que Rohlfs e Thalita Motta, ambas integrantes do Coletivo Transborda, construíram a dramaturgia de “ÓVA”, novo espetáculo do grupo que tem curta temporada, entre os dias 18 e 20 de novembro, no Teatro de Bolso SesiMinas.

A pesquisa dialoga tanto com temáticas acerca da maternidade e o ser mãe/mulher em um contexto de crise, tangendo também o fazer teatral, assim como o trabalho com atrizes do cotidiano, o teatro do real e a hibridez de linguagens da cena. A construção da dramaturgia teve início com um processo de sala de ensaio com exercícios para as mães dos integrantes do Coletivo Transborda, formado por Thálita Motta, Michele Bernardino, Luí Rodrigues, Clara Fadel e Erika Rohlfs. A partir do que vivenciaram juntas nas atividades, foi-se amarrando um texto teatral concreto e, posteriormente, estruturado por Rohlfs e Motta.

A proposta da montagem é seguir o “teatro do real”, proporcionando o encontro de pessoas reais, de “atrizes do cotidiano”, em um espaço de fala onde serão ouvidas e percebidas como nunca antes. Contudo, por mais profundo que seja o texto, é também sustentado pelo riso e pela comicidade, em uma apresentação leve e descontraída.

“É uma forma de trazermos para o teatro os relatos da vida real, sem entrar num campo psicologizante no teatro. Foi um caminho e um processo delicado para seguirmos na construção da dramaturgia. O espetáculo tem uma montagem híbrida, desde momentos mais performáticos, a sequencias que envolvem o audiovisual e até mesmo momentos de jogos. É um texto híbrido, norteado pelo teatro do real”, descreve Erika Rohlfs.

A participação materna no espetáculo trouxe novos olhares para o exercício teatral do próprio Coletivo, agregando novas camadas também para a montagem. Durante todo o processo de ensaios e atividades para finalização da apresentação, ocorreram novos encontros e diálogos nunca antes criados entre mães e filhas, além de conflitos inéditos e questões profundas, que ajudaram na dramatização e intensidade do que é visto no palco.

Em paralelo a todo estofo textual, OVÁ traz como temática as impressões destas mulheres quanto o ato de ser mãe, o período de gestação, o ato de parir e a diversidade existente no que é a maternidade. A relação íntima, agora transportada para o palco, um espaço em que nem todas se encontraram com conforto, resultou em um constante processo de dualidades, de amor e ódio, de compreensão e discordância, de riso e seriedade. “A ideia de fazer teatro com nossas próprias mães é desafiadora. Dividir o nosso lugar pessoal e o nosso espaço profissional, de fazer teatro, com pessoas próximas que não que não previam essa experiência em suas vidas. ”, descreveu a atriz.

Destas dualidades, o coletivo propõe também uma discussão contemporânea quanto a polarização social e ideológica da sociedade contemporânea, marcada por divisões claras e conflitos sociais cada vez mais nítidos. “É incrível como na cena tudo fica expandido, como as relações ficam em uma linha tênue do amor e do ódio. Essa é uma das questões mais contemporâneas que aflora deste texto, de tamanha divisão e convivência de extremos. Só o fato de termos essas mulheres no palco, que não tiveram suas vozes ouvidas de alguma forma em algum momento da vida, já é algo extremamente contemporâneo.”, completa Rohlfs.

O espetáculo estreia na segunda-feira, 18 de novembro, às 19h, e segue curta temporada nos dias 19 e 20, no mesmo horário, no Teatro de Bolso do SesiMinas.

::SOBRE O COLETIVO TRANSBORDA::

O Coletivo Transborda surgiu em 2015, a partir do desejo dos então alunos do Curso Técnico em Artes Dramáticas do Cefart em trazer para a cena discussões políticas atuais que cruzavam suas vivências e experiências, juntamente à professora Thálita Motta. Desde então, o Coletivo Transborda se consolidou como uma plataforma de multilinguagens, e já circulou com alguns de seus trabalhos por Belo Horizonte e interior de Minas Gerais em festivais. Após diversas experimentações em cenas curtas, performances e audiovisual, o coletivo estreia seu primeiro espetáculo, “Óva”, em parceria com o projeto Pro:cria.

Em busca de expandir suas discussões, convidaram suas próprias mães para entrar em cena. O processo iniciou em 2018 e foi apresentado em formato de cena curta no Festival de Cenas Curtas do Galpão Cinehorto. A pesquisa dialoga tanto com temáticas acerca a maternidade e o ser mãe/mulher em um contexto de crise, o fazer teatral, assim como o trabalho com atrizes do cotidiano, o teatro do real e a hibridez de linguagens da cena. O Coletivo Transborda é: Thálita Motta, Michele Bernardino, Luí Rodrigues, Clara Fadel e Erika Rohlfs.

::Sinopse espetáculo “ÓVA”::

O ovo ou a galinha? Uma óva! Nascer é muito perigoso. Deixar nascer é quebrar a casca, a louça, se partir inteira. O que ainda falta quebrar? Quando é hora de juntar os cacos, as cascas e nascer de novo? Nascer é muito perigoso, e por isso, nós do COLETIVO TRANSBORDA, convidamos nossas mães para nascer esse espetáculo com a gente. O parto é só um começo, vocês estão prontos?

Foto:Igor Cerqueira

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