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Quantos “nãos” são ditos para se contar uma história? Formandos do Teatro Universitário da UFMG estreiam obra cênica na Funarte MG

Montagem fica em cartaz de 21 de novembro a 08 de dezembro e tem entrada gratuita

Em cena, atores e atrizes se movem em infinitas direções. O espaço cênico é tomado por corpos latino-americanos que trazem consigo traços, marcas e trajetórias. Quais os pactos de cumplicidade necessários para se contar uma história? Essa questão é o ponto de partida dos formandos do Teatro Universitário da UFMG (TU) para refletir sobre nosso país e os processos de construção de sua identidade. O espetáculo +55 - Inverter-te-ei antes que te transformem mais uma vez em um mal-entendido aborda as construções simbólicas e políticas da América Latina em uma dramaturgia autoral, em cartaz de 21 de novembro a 08 de dezembro.

“Como descarrilar o trem que nos transporta até os perversos portões dos fundos?”. Esta é uma das várias perguntas que impulsionaram o processo de criação e estão presentes em cena, conforme explica o diretor da montagem, Fabrício Trindade. O artista desenvolve uma pesquisa que dialoga o teatro performático, as questões históricas e a cultura latino-americana. Segundo o diretor, “atualmente, muito se fala em construir caminhos distintos do hegemônico, constituir outras epistemologias, mas o que seria isso se não lançar o olhar e trazer consigo seus próprios contextos?”. O espetáculo foi construído pelo diálogo constante, vivenciado entre direção e elenco, composto por 24 formandos, em sua maioria atrizes. “Nesse sentido, procurou-se constituir um processo que tivesse como base o reconhecimento de que coletivo formávamos, no presente e a partir dele estabelecemos diálogos com artistas da nossa terra latina”, completa Trindade.

O coletivo trilhou um caminho criativo de um teatro performático que relaciona, sem hierarquias, diversas linguagens artísticas: a palavra, a música, a trilha sonora vibrante e os vídeos estão presentes no jogo cênico para constituírem composições imagéticas. “Para além dos professores do TU, Helena Mauro assina a preparação vocal e musical, Tarcísio Ramos fez a orientação corporal, Tereza Bruzzi e Cristiano Cezarino foram responsáveis pelo cenário e figurino, e Rogério Lopes, responsável pelo estágio curricular. A produção do espetáculo fez parte do projeto de extensão Produção e Memória, sob coordenação de Jefferson Góes. Convidei alguns artistas, todos eles companheiros de arte e de outros coletivos, Tatá Santana, que assina a Direção Musical, Marina Viana, que fez Assessoria Dramatúrgica, João Cardoso e Naice, que fizeram comigo o material audiovisual, e Marina Arthuzzi, que assina a iluminação do espetáculo. Foi muito importante a presença dessa equipe no processo, pois essa construção compartilhada está presente, explícita na cena”, complementa Fabrício Trindade.

É no sopro das palavras e no riscar dos movimentos que a obra cênica dá a ver aspectos tão diversos - e muitas vezes, perversos – do nosso continente, ressaltando a relação entre as subjetividades dos sujeitos latino-americanos e os processos históricos construídos e que perpassam a vivência nesse continente.

+55 - Inverter-te-ei antes que te transformem mais uma vez em um mal-entendido será encenado na Funarte e tem entrada gratuita. Os ingressos são distribuídos uma hora antes do início do espetáculo.

Teatro Universitário

Há mais de seis décadas, o T.U. oferece formação de ator em nível técnico. O curso técnico de teatro tem duração de três anos e termina com uma montagem que acontece a título de estágio profissionalizante.

Foto: Vitor Macedo

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