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Cia. Luna Lunera faz temporada comemorativa de 10 anos do espetáculo Aqueles Dois

Teatro de Bolso do SESIMINAS recebe apresentações de 23/11 até 03/12

A montagem do espetáculo Aqueles Dois pela Cia. Luna Lunera comemora uma década em novembro de 2017. A peça, que narra a relação entre Raul e Saul, dois funcionários de uma repartição que compartilham o ambiente de trabalho burocrático e monótono e ali desenvolvem laços afetivos, foi inspirada no conto homônimo de Caio Fernando Abreu. Para celebrar a data, a companhia realiza curta temporada no Teatro de Bolso do SESIMINAS entre os dias 23/11 e 03/12. Os ingressos custam a partir de R$15,00 (quinze reais / meia-entrada).

Ao longo de 10 anos, o espetáculo já foi apresentado em 25 capitais e em mais de 100 cidades brasileiras, completando 400 apresentações durante a temporada comemorativa. Além disso, vem realizando marcantes participações em festivais internacionais, em países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, México, Uruguai e Venezuela.

A “repartição” funciona como metáfora para qualquer ambiente inóspito e burocrático de trabalho e pano de fundo para o surgimento de laços de cumplicidade entre os dois novos funcionários. É que “num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra”. No entanto, essa relação acaba gerando incômodo nos demais colegas de profissão.

“O espetáculo partiu de improvisações e imersões na obra de Caio Fernando Abreu. O coletivo de criadores propôs, sobrepôs e experimentou seus próprios roteiros. E não houve a escolha de um único diretor. O processo transformou-se num exercício de direção e dramaturgia compartilhadas.”, explica o codiretor Zé Walter Albinati.

Texto e espetáculo possibilitam uma diversidade de leituras e percepções sobre o universo "daqueles dois". São múltiplas as citações ou simples menções a artistas e obras de áreas diversas, locações urbanas, letras de músicas, filmes, épocas, onde o Caio Fernando Abreu mistura, despudoradamente, seus mundos biográfico e ficcional. Os criadores, por sua vez, revezam-se nos papéis de Raul e Saul, narram trechos, sugerem os outros personagens da “repartição” e inserem suas próprias referências e leituras para o texto de Caio. Há ainda no cenário, no figurino, na música e no texto uma intencional simultaneidade, abrangendo a várias décadas.

Dentre as várias temáticas abordadas pelo espetáculo, como a solidão e a aridez dos ambientes de trabalho, uma delas chama a atenção pela sua grande importância social e ainda um tabu nas discussões: a homofobia. Dez anos após a estreia do espetáculo, essa questão passou a ser mais discutida pela sociedade em distintos núcleos sociais. O Brasil é o campeão mundial de crimes contra minorias sexuais. Em 2016, segundo dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), foram mortos 343 LGBT’s (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Uma média de um homicídio a cada 25 horas. Para se ter uma ideia da situação alarmante que o país enfrenta, o número de crimes contra LGBT’s em 2000 era de 130, saltou para 260 em 2010, e chegou a 343 em 2016. Um aumento de 240 % em 16 anos. Assim, o espetáculo mostra-se mais atual do que nunca.

Premiações

O espetáculo foi premiado como melhor espetáculo e melhor direção no 13º Prêmio Sesc-Sated/MG (2008) e no 5º Prêmio Usiminas- Sinparc (2008). Em 2009, foi indicado ao Prêmio Shell São Paulo nas categorias de melhor direção, cenário e iluminação, vencendo nesta última. Em 2015, recebeu o prêmio de espetáculo revelação no FESTLIP – Festival de Teatro da Língua Portuguesa.

Cia. Luna Lunera | 16 anos

Fundada em 2001, a Cia. investe em diversificados caminhos de criação através da pesquisa continuada e do diálogo com outros criadores contemporâneos do teatro, da dança, da música e das artes visuais. Tem como prática abrir seus processos criativos para o público, criando um espaço de diálogo e compartilhamento - chamado Observatório de Criação. Em seus trabalhos, busca conjugar investigações corporais, jogo cênico, uso da música como parte integrante das propostas dramatúrgicas e inserção autoral nos processos artísticos. Construiu, em dezesseis anos de trajetória, sete espetáculos, com ampla repercussão nacional: “Perdoa-me por me traíres” (2001); “Nesta Data Querida” (2003); “Não desperdice sua única vida ou...” (2005); “Aqueles Dois” (2007); “Cortiços” (2008); “Prazer” (2012) e “Urgente” (2016).

Foto: Divulgação

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