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Empreendedorismo inclusivo

Semana Global de Empreendedorismo irá capacitar empresários para atuar com novos modelos de negócios que contribuam para um mundo melhor

“Empreender é viver o futuro hoje”. Esse será o tema da 12ª edição da Semana Global do Empreendedorismo (SGE), que acontece de 18 a 24 de novembro, em todos os estados do país e em todos os estados do país e em mais de 170 países. O evento é um movimento que inspira, conecta, capacita jovens e adultos que se interessem por empreendedorismo. Durante sete dias, acontecerão palestras, workshops, oficinas, feiras, cursos, debates, competições online. No Brasil, a programação irá além – se estendendo ao longo de todo o mês de novembro.

“O empreendedorismo do futuro é, sem dúvida, inclusivo. Ser inclusivo não é modismo, é uma necessidade da sociedade atual. Há um amplo mercado para quem pretende oferecer soluções inovadoras ou modelos de negócios que promovam a inclusão e outros impactos positivos na sociedade”, afirma Cacilda Almeida, analista do Sebrae Minas.

Foi com esse propósito que Fernanda Fernandes, Patrícia Cardoso e Emmanuelle Fernandes idealizaram, em 2017, a startup Avulta Contratação Profissional Inclusiva. “Nós começamos a atuar no mercado no início de 2018, e desde então estamos nos estabelecendo como uma ferramenta que auxilia o RH das empresas em suas contratações inclusivas por meio de tecnologia e neurociência”, explica Patrícia Cardoso.

Mesmo com pouco tempo de mercado, a startup mineira já tem 15 grandes empresas como clientes nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Amazonas e São Paulo. “Utilizamos uma plataforma digital para ajudar pessoas com diversidade funcional (PCDs) a se conectarem às empresas. Nosso produto principal é o Avulta Perfil, embasado na análise neurocognitiva dos candidatos que se cadastram na plataforma. Destacamos o que esse candidato tem como potencial (suas habilidades profissionais) e damos o "match" profissional com a vaga que a empresa demanda”, afirma a empresária.

Costuras do imaginário

A publicitária e designer Cintia Caroline começou a trabalhar em um negócio inclusivo depois de ter um insight. Cintia se dedicava à produção de um livro que tinha como personagem um fotógrafo. Enquanto o texto ganhava forma, pensou: e se ele não enxergasse, como seria sua descoberta do mundo? ”A partir dessa pergunta não parei mais de pesquisar sobre o braille e o universo das pessoas cegas", relata. Nesse percurso, ela conheceu vários deficientes visuais e aprendeu a ler e a escrever em braille, em 2009.

Inspirada pela paixão em conhecer a realidade de outras pessoas, Cintia Caroline criou a Costuras do Imaginário, uma marca de produtos com estampas em braille, acessíveis para aqueles que, como ela diz, "enxergam além do olhar". O fato de os pais serem donos de uma confecção fez com que ela se envolvesse desde muito cedo com o mundo dos tecidos e tomasse gosto pelo universo da estética e da criação.

A publicitária conectou o braille a atividades como design e serigrafia, técnica usada para estampar tecidos. Até conceber a marca, ela desenvolveu uma série de produtos inclusivos e hoje seu carro-chefe são objetos de decoração e peças de vestuário com frases motivacionais escritas em braille, mesma linguagem utilizada na produção das etiquetas dos itens. É Cintia quem desenha e cria todas as coleções, produzidas na confecção da família.

A intenção, como ela afirma, sempre foi trabalhar com recursos digitais. "Nas mídias digitais, buscamos fazer com que as informações estejam acessíveis a pessoas com deficiência, inclusive visual. Por exemplo, nas postagens, sempre usamos a hashtag #pracegover. Além disso, descrevemos em legenda todos os nossos vídeos que incluem fala para pessoas que têm deficiência auditiva. Enfim, toda a comunicação da nossa marca parte do princípio de que ela deve ser o mais inclusiva possível."

Atualmente, a Costuras do Imaginário está mais presente no Instagram, Facebook e YouTube. Por meio da loja online, os produtos são vendidos para todo o Brasil e até para o exterior. Seus maiores mercados são Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Seu ponto forte ainda é o varejo, mas as vendas no atacado têm crescido desde o ano passado. Parte do faturamento é repassada a projetos voltados para o empoderamento e a conquista de autonomia por pessoas com deficiência visual.

Para o futuro, Cintia planeja trilhar um caminho inverso da maioria dos negócios, ou seja, do e-commerce para a loja física, porém, com um propósito. "O plano é estruturar um projeto que vá além do e-commerce e ter uma versão física da loja, com espaço para oficinas, cursos e capacitação, que atenda também a pessoas com deficiência visual, com o objetivo de desenvolver parcerias como a que fizemos com o Lar das Cegas, que já produziu peças de cerâmica para a marca", afirma a jovem empreendedora social, que recentemente fechou contrato para produção de uma linha destinada à marca Cantão.

Foto:Divulgação

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