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Maldita Cia de Investigação Teatral (MG) e Grupo Obragem de Teatro (PR) exibem espetáculos e realizam intercâmbio artístico em Belo Horizonte

Companhia mineira e grupo paranaense apresentam os espetáculos teatrais CARA PRETA e ESSENCIAL entre os dias 24 a 26 de novembro de 2016, no Centro Cultural Vila Fátima, e no Teatro Espanca. Grupos também participam da conversa "A presença do ator em cena" e compartilham suas pesquisas artísticas e procedimentos de criação. Projeto de circulação do Grupo Obragem pelo país foi viabilizado pelo Prêmio Myriam Muniz de Teatro de 2015

O Grupo Obragem de Teatro de Curitiba chega a Belo Horizonte para apresentar o espetáculo ESSENCIAL, nos dias 25 e 26 de novembro de 2016, no Teatro Espanca. As apresentações têm entrada gratuita e acontecem na sexta-feira às 16h e 20h, e no sábado às 20h. Na sexta, após a sessão das 16h, o grupo também promove a conversa “A presença do ator em cena”, junto à Maldita Cia de Investigação Teatral. A proposta da conversa é despertar o público para os diferentes modos do ator/performer acionar espaços e camadas de presença, enquanto está na cena e, também, durante o processo de criação.

Em turnê pelo Brasil, viabilizada pelo Prêmio Myriam Muniz de Teatro de 2015, da Funarte, o Grupo Obragem de Teatro vem dialogando com diferentes coletivos teatrais do país, com o objetivo de conhecer seus procedimentos de criação e compartilhar processos artísticos e experiências. Em Belo Horizonte, o grupo escolhido para esse intercâmbio foi a Maldita Cia de Investigação Teatral. Além do intercâmbio entre os dois grupos, a Maldita Cia também apresenta o espetáculo CARA PRETA no dia 24 de novembro, às 20h, no Centro Cultural Vila Fátima, com entrada gratuita. A montagem faz parte da programação de circulação da Maldita pelos centros culturais de Belo Horizonte, em 2016, por meio do projeto Cena Música da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte.

Essa é a primeira vez que o Grupo Obragem se apresentará em BH. Para os integrantes e fundadores, Eduardo Giacomini e Olga Nenevê, compartilhar esse trabalho e também o modo de operar do Obragem, com público e artistas de Minas Gerais, representa um momento especial para a trajetória do grupo. Para eles, Belo Horizonte é uma cidade onde vivem muitos artistas, com multiplicidade de linguagens. Os dois grupos se conheceram por meio de um amigo em comum, que mora atualmente em Curitiba, e os integrantes do Obragem logo se interessaram pelo trabalho da companhia mineira, que, além de temáticas afins com o grupo curitibano, também busca por intercâmbios e trocas artísticas com outros grupos e coletivos em sua trajetória.

Tanto a Maldita, quanto o Grupo Obragem, têm em comum em sua pesquisa a investigação por uma relação mais direta com o espectador. Seus trabalhos partem dos princípios do teatro como arte do espaço e do teatro como arte do encontro, com obras que podem ser levadas para espaços com diversas características arquitetônicas, e que possibilitam a fruição de uma experiência sinestésica entre os participantes, mediada pela poética de ocupação cênica. ESSENCIAL, por exemplo, propõe o questionamento sobre o que é essencial para a manutenção da vida humana e para que o teatro, como fenômeno, aconteça. A dramaturgia da peça foi construída a partir da reflexão sobre o que é realmente necessário para a vida humana e para a experiência de olhar para si mesmo e para o outro, como princípios de reencontrar as qualidades essencialmente humanas.  

Nesse trabalho, o Grupo Obragem enfatiza o trabalho do ator e a sua relação com a plateia. Artistas e público participam, juntos, de uma experiência capaz de gerar acontecimentos no espaço. A montagem estreou em 2014, no Espaço do Grupo Obragem, em Curitiba. As artistas visuais Elenize Dezgeniski e Lídia Sane Ueta realizaram um livre documentário sobre a peça, que pode ser visualizado no link : https://youtu.be/x43shKEKylc

Já CARA PRETA é o segundo espetáculo da Maldita Cia de Investigação Teatral, estreado em 2009, com direção de Amaury Borges, atuação de Lenine Martins e dramaturgia de Letícia Andrade. A partir de retratos sociais, o espetáculo aborda narrativas e lugares que falam da negligência, criminalidade e sobrevivência humana. O espetáculo é a travessia de um homem maldito que toma de assalto o caminho que o leva ao encontro de sua própria condição. Um sujeito à margem, num percurso entre lugares, diante das intempéries que o acossam, revela suas facetas: as várias possíveis de um cara deslocado e em luta pela própria sobrevivência.

Situações de linguagem épica, lírica e dramática compõem a narrativa do trabalho, que é pontuada pelos mascaramentos de “O boi”, que invade e se apropria do barraco debaixo de um viaduto; “O Hermafrodita”, uma transexual que narra episódios de sua rotina sexual e amorosa; “Seu merda”, que assalta uma cobertura de luxo em pleno réveillon, é preso, e elucubra sobre o que faria se fosse diretor do presídio; e “O onça”, caboclo do interior que recebe um amigo em seu casebre na mata, a quem oferece uma rara carne de caça.

MALDITA CIA DE INVESTIGAÇÃO TEATRAL

Formada por Amaury Borges, Elba Rocha e Lenine Martins, a Maldita Cia de Investigação Teatral desenvolve, desde 2002, como eixo de seu trabalho a co-autoria da cena através de princípios do processo de compartilhamento na criação.  A Maldita Cia realizou os projetos de formação Cena 3x4 (2002-2005), em parceria com o Galpão Cine Horto, e Circuito OFF (2003-2006) em parceria com o grupo Teatro Invertido. Em seu repertório, estão os espetáculos Maxilar Viril (2014), Cara Preta (2009) e Casa das Misericórdias (2002). O grupo desenvolve um trabalho singular na cena teatral de Belo Horizonte, pesquisando o uso de objetos para o mascaramento do ator; o teatro de ocupação; o teatro como arte do encontro; narrativas que transitam do épico ao dramático.

Cara Preta

Sinopse:

A partir de retratos sociais, CARA PRETA aborda fragmentos de narrativas e lugares que falam da negligência, criminalidade e sobrevivência humana. O espetáculo foi projetado a partir dos princípios do teatro como arte do espaço e do encontro, trazendo como referências e pontos de partida para as situações, obras de Guimarães Rosa, Marcel Aquino e Lautréamont. No trabalho, dá-se continuidade a elementos de pesquisa da Maldita Cia, tais como: a ocupação de espaços, a autoria de uma obra coletiva que afete de maneira sinestésica e reflexiva o espectador e a exploração dos pontos de vistas sobre a cena gerada pelas figuras surgidas do “mascaramento” do ator e da interação com os demais elementos da cena: luz, som, vozes e materialidades espaciais.

Ficha Técnica:

Atuação: Lenine Martins

Direção: Amaury Borges

Dramaturgia: Letícia Andrade

Textos: Lenine Martins e Letícia Andrade

Trilha Sonora: Admar Fernandes e Ricardo Garcia

Cantos e operação de som: Elba Rocha

Direção musical: Ricardo Garcia

Iluminação: Amaury Borges, Felipe Cosse e Juliano Coelho

Cenografia: Amaury Borges, Lenine Martins e Patrícia Lanari

Figurino: Maldita Cia

Máscaras: Lenine Martins

Concepção: Amaury Borges, Lenine Martins e Letícia Andrade

Fotos: Alex Stoppa, Guto Muniz

Produção geral: Maldita Cia de Investigação Teatral

GRUPO OBRAGEM DE TEATRO

O Grupo Obragem de Teatro foi criado pelos artistas Eduardo Giacomini e Olga Nenevê.  É caracterizado por seu perfil investigativo e pela construção de uma linguagem particular de expressão artística, para adultos e crianças. Desde a sua formação, em 2002, em Curitiba, o grupo trabalha de forma contínua em ações integradas de criação; intercâmbios artísticos e formação de plateia. O Grupo Obragem acredita na ARTE como meio de transformação dos modos sedimentados de agir, pensar e participar da sociedade. Com 14 anos de existência e trabalho contínuo, o Grupo Obragem já encenou 16 peças para adultos e 05 para crianças. Apresentou seus trabalhos em várias cidades do Brasil e em Lisboa – Portugal. Participou de importantes eventos culturais (SESI SP e PR/SESC PR/Caixa Cultural) e festivais internacionais do Brasil, como o FIT Rio Preto e o FILO.

Essencial

Sinopse:

ESSENCIAL é uma peça de teatro, com fortes características performáticas, que provoca uma transformação no modo de perceber a vida e o teatro. Com a ideia de movimento e de contato, os participantes ampliam suas visões sobre o tempo; sobre as suas experiências de vida e sobre a potência que a memória exerce sobre o nosso presente. O contato com as histórias de outro ser humano; com as emergências individuais e com os modos dinâmicos de criação artística, promovem um espaço propício, para uma percepção surpreendente sobre o humano.

Ficha Técnica:

Elenco e Direção: Eduardo Giacomini e Olga Nenevê

Texto: Olga Nenevê

Direção de movimento: Marila Velloso

Trilha musical: Vadeco

Iluminador: Lucas Amado

Cenário e figurino: Eduardo Giacomini

Fotos: Elenize Dezgeniski

Designer gráfico: Alessandra Nenevê

Assistente de produção e apoio técnico: Priscila de Morais

Produção: Grupo Obragem de Teatro

Produção em Belo Horizonte: Maldita Cia de Investigação Teatral

Foto: Divulgação

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