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Com direção de RICARDO ALVES JR., formandos do Curso Técnico de Teatro do Cefart estreiam ECLIPSE SOLAR

Temporada do espetáculo inicia ocupação do TEATRO JOÃO DAS NEVES, no recém inaugurado CEFART ANDRADAS

Reflexões sobre política, humanismo, pessimismo e desejo de liberdade compõem Eclipse Solar, espetáculo de formatura do 3º ano do Curso Técnico de Teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, cuja estreia será no Teatro João Das Neves, no Cefart Andradas. Com direção de Ricardo Alves Jr e dramaturgia de Germano Melo, a montagem retrata, por meio de narrativa fragmentada, um grupo de expatriados na Cidade dos Exilados que, enquanto espera um eclipse solar total, se refugia em seus próprios medos para transformar a dor em potência de vida. O elenco traz na maquiagem, nos cabelos e figurinos uma forte influência visual da disco e punk rock da década de 1980.

O cineasta Ricardo Alves Jr. foi convidado pelos alunos para dirigir a peça. Segundo ele, era proposta dos formandos realizar uma troca entre cinema e teatro, em uma criação híbrida que reunisse elementos dos dois gêneros. Assim, a ação acontece de forma simultânea, com o público podendo acompanhar tanto a atuação dos atores no palco quanto as projeções.

“Pode-se dizer que essa montagem busca resistência, que é, agora, uma palavra de ordem principalmente para a cultura. Não podemos deixar de pensar que a arte, hoje, é por si só um lugar de resistência, e isso é muito importante para uma turma que está se formando. Esse Eclipse vem apontar que é possível resistir e de que modo faremos isso”, comenta Ricardo, cujo último trabalho Russa (2018) estreou na competição de curtas metragens do Festival de Berlim.

Para completar a equipe, o diretor convidou o ator e roteirista de cinema Germano Melo para criar a dramaturgia de Eclipse Solar. O vídeo terá transmissão ao vivo, utilizando a linguagem da projeção para trabalhar um teatro de cinema com uso do primeiro plano, de forma que o público veja o máximo de expressão dos atores. “A linguagem cinematográfica está também nas luzes, na espacialização e utilização sonora, além da projeção de vídeos, apresentados como uma espécie de cartas para o futuro que se conectam, também, com o presente”, revela.

Para o diretor, ser convidado por uma turma do Cefart e trabalhar com os alunos num momento tão crucial de sua formação foi instigante. “É uma alegria e um desafio dirigir uma turma que está formando dez pessoas, com dez cabeças de artistas diferentes, buscando colocar toda a sua potência no palco. Nós que somos do teatro em Minas Gerais sabemos da importância dessa formatura, já que diversos nomes e grupos profissionais de destaque hoje representam toda uma geração de artistas que passaram pelo Cefart”, ressalta.

Cultura disco e liberdade - Eclipse Solar faz uma referência visual e sonora à década de 80, com canções como Total Eclipse of the Heart (Bonnie Tyler), I Love to Love (Tina Charles) e Take On Me (A-ha). Esse período foi escolhido pela sua possibilidade de vislumbre de um mundo democrático, com a queda do muro de Berlim e regimes autoritários em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Trata-se de uma era da liberdade de expressão, da liberdade sexual, dos corpos bailando ao som da disco, da consolidação do rock como gênero musical e modo de vida. Mesclada à trilha sonora mecânica, os atores vão interpretar algumas das composições ao vivo. A ideia, conta o diretor, é mostrar que, apesar de tudo o que os exilados enfrentam, ainda há espaço para celebrar. “Mesmo diante da maior ou mais cruel adversidade, ainda somos capazes de transfigurar dor ou angústia em inquebrantável potência de vida. É preciso dançar. Pois então, sem dúvida, dançaremos”, comemora Ricardo Alves Jr.

Foto: Paulo Lacerda

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