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“O monolinguismo do outro ou a prótese de origem”, de Jacques Derrida, será lançado em BH

Escrito pelo filósofo franco-magrebino Jacques Derrida (1930-2004), o livro O monolinguismo do outro ou a prótese de origem será publicado pela primeira vez no Brasil. Editado na França em 1996, este livro foi publicado em português pela primeira vez em 2001, em Portugal, com tradução de Fernanda Bernardo, professora da Universidade de Coimbra. Para esta edição, a tradutora fez a revisão da tradução e o livro agora é publicado pelas Edições Chão da Feira. O lançamento será realizado no dia 1º de dezembro, no Conservatório da UFMG, em Belo Horizonte. O lançamento integra a programação do festival "O que é um livro? Resistências", e será apresentado pela professora Aline Magalhães Pinto, da Faculdade de Letras da UFMG.

Jacques Derrida nasceu na Argélia em 1930, emigrou para a França, foi escritor, pesquisador, filósofo e professor, e faleceu em Paris em 2004. Publicou muitos livros, nos quais o gesto filosófico, irremediavelmente político, opera a desconstrução de sistemas de pensamento enrijecidos e a busca por afirmações inquietas, variáveis. Temas como herança, assinatura, escrita, morte, testemunho, filosofia, animal, hospitalidade foram pensados por ele, que muitas vezes dilui as fronteiras entre as disciplinas (por exemplo, em O monolinguismo do outro ou a prótese de origem a fronteira entre a literatura e a filosofia é uma linha inencontrável).

O monolinguismo do outro ou a prótese de origem repensa a experiência da língua a partir do questionamento da ideia de "língua materna" e da escuta daquilo que, na língua de cada um, é simultaneamente ancestral, singular e partilhado. Derrida percorre e dialoga com a tradição filosófica e, no mesmo gesto investigativo, está atento também à sua própria biografia na relação com a língua – o francês ensinado nas escolas da Argélia, a França como país da língua oficial, a literatura e o pensamento franceses lidos e vividos por um estrangeiro que, entretanto, era também um cidadão que aprendera o francês desde criança. Tudo isto torna este livro um testemunho de que pensar é um gesto ao mesmo tempo íntimo e público, é uma oferta do que é mais próprio ao em comum. 

 

Edições Chão da Feira 

As Edições Chão da Feira publicam textos nos quais o desejo de ver, sentir, ler e escrever é também reafirmação de esperança política: o improvável existe, o desconhecido se espraia, o futuro lhes pertence e é inegociável. Desacreditamos de qualquer fatalidade e participamos na afirmação de linhas de fuga do consenso através do que a ele resiste — os vagalumes, a vida menor.

Editamos como quem planta. Podar para crescer.

Cecília Rocha, Júlia de Carvalho Hansen, Luísa Rabello, Maria Carolina Fenati

 

Foto: Divulgação

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