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Orquesta Atípica de Lhamas lança duas novas faixas autorais nesta segunda-feira

Canções "Yo No Soy Gringa" e "Yo Quiero Cumbiar" ganharam registros em estúdio; banda mineira lança vinil na próxima semana

Fechando 2018 em grande estilo, a Orquesta Atípica de Lhamas lança, nesta segunda-feira (26), duas novas faixas de seu repertório autoral. Depois de "Cómo te Lhama?", hino do bloco homônimo que originou a banda, agora vêm ao mundo as canções "Yo No Soy Gringa", de Claudia Manzo, e "Yo Quiero Cumbiar", de Carlos Bolívia. As músicas tiveram gravação, edição, mixagem e produção musical assinadas por André Cabelo (Estúdio Engenho) e, masterização, por Ygor Rajão, soprista do grupo e produtor do Estúdio Motor. Ambas já estão disponíveis em plataformas digitais de streaming como YouTube, Spotify e Soundcloud.

Composição de Claudia Manzo, "Yo No Soy Gringa" surgiu depois que uma matéria jornalística categorizou as Lhamas como "uma banda de gringos". A alcunha incomodou a cantora chilena, que vive no Brasil há sete anos e decidiu fazer uma canção como resposta. "Sempre me incomodei quando me chamavam de gringa. Em todos os outros países latino-americanos, gringo não é estrangeiro, é especificamente o imperialista norte-americano. Gringos são os que financiaram o golpe de 73 no Chile, os soldados em guerra contra os nossos povos, os conquistadores", critica. "Senti que era preciso cantar a importância de se reconhecer latino, para que o Brasil esteja cada vez mais próximo de seus países vizinhos", explica.


Escute "Yo No Soy Gringa" >> https://bit.ly/2FEh6BH

Para Manzo, a necessidade da conexão entre os brasileiros e seus hermanos tem ficado cada vez mais explícita. "Sinto que politicamente é importante se conectar para entender a própria história e, musicalmente, de um tempo para cá, vejo um crescente interesse pelo reggaeton e pela cumbia, ritmo que unificou a América Latina. Muitas vezes, a música que toca na balada pode ser um primeiro contato com a cultura latino-americana", reflete, ressaltando aspectos sonoros de sua canção. "Na verdade, o arranjo veio quase pronto com a música. Eu fui exposta a diversas cumbias desde pequena, então sinto que coloquei traços das cumbias colombianas, chilena, argentina, da América Central, de orquestra, de raiz. Com certeza não é música gringa, é super latina!".

Já "Yo Quiero Cumbiar", segundo Carlos Bolívia, "é uma canção divertida e sem grandes pretensões". "É o que em espanhol recebe o nome de música ligera. É dançante e tem refrão fácil, bem pegajoso. A ideia é fazer com que esse verbo, o cumbiar, seja incorporado pelos brasileiros. Talvez uma espécie de jingle para ajudar a popularizar a cumbia por estas bandas", afirma o músico. "Mas, mesmo sendo uma música leve e divertida, ela não deixa de fazer umas provocações. Tem umas cutucadinhas aqui e ali. Como as línguas são bem parecidas, quem prestar atenção na letra vai sacar rapidinho", completa.

Escute "Yo Quiero Cumbiar" >> https://bit.ly/2ByAiNa

Sobre a faixa, que passeia entre a cumbia e o reggaeton, Bolívia ressalta que seu potencial de hit instantâneo o deixou surpreso. "A gente já toca nos shows e a resposta é sempre muito boa. No Carnaval deste ano, fiquei impressionado com impacto dela no bloco Cómo te Lhama?, antes mesmo de ter uma gravação", afirma. "Compus essa música depois de um sonho caliente que tive com o baixista da banda, Rodrigo Magalhães. No sonho, a gente se jogou, dançou cumbia a noite inteira e, no final, ele me largou para tocar em outra banda e eu fiquei gritando: 'yo quiero cumbiar, yo quiero cumbiar!'", diverte-se.

Hino em vinil

Além das novas faixas, outra novidade marca o fim de ano das Lhamas. No sábado da próxima semana, dia 6 de dezembro, será lançado um vinil compacto, único e exclusivo, prensado pela Vinyl Land Records. De um lado, a faixa "Cómo te Lhama?" e, de outro, a música "Dibetim", da banda/bloco Swing Safado. O lançamento acontece na festa "Lhama Safada", na Quadra da Escola de Samba Cidade Jardim, às 22h, e contará com show dos dois grupos, além da discotecagem afiada dos DJs Luiz Valente e Naroca, residentes da Geleia Geral Brasileira.

Segundo Valente, que é proprietário da Vinyl Land, a ideia foi viabilizar o compacto através da festa. "É um formato que não tem muita cultura no Brasil, mas que eu adoro. A princípio, queria levar o nome do selo para um sentido literal, como se fosse uma viagem à Vinil Lândia", brinca. "É quase um registro histórico para quem for no lançamento, uma peça exclusiva e eterna de um encontro inédito na música. A escolha das Lhamas e do Swing veio pela qualidade das músicas e pela força de ambas no imaginário coletivo da cidade, além de serem fogo na pista e um presentão para os DJs que curtem a cultura dos toca-discos", completa.

Ainda segundo o DJ, a escolha de dois blocos de carnaval também dá sequência ao trabalho realizado no LP "Deita no Cimento – Músicas do Carnaval de Rua de BH", lançado pelo selo em 2014. "Uma das coisas mais legais desse novo Carnaval de BH é a temática dos blocos, que às vezes buscam inspiração de longe, como no caso das Lhamas com a cumbia e do Swing, com uma versão quase abaianada de um hit pop do outro lado do planeta. Além disso, ambas as músicas trazem nas letras referências à cidade e ao contexto dessa folia de rua", afirma. "A festa vai ser sensacional, pelo ineditismo e pela característica irreverente que as duas bandas trazem", finaliza.

Sobre as Lhamas

Projeto derivado do bloco Cómo te Lhama?, a Orquesta Atípica de Lhamas nasceu do encontro entre artistas que têm como interseção o carnaval de rua de Belo Horizonte e a paixão pela cumbia. As Lhamas, como foram carinhosamente apelidados os membros da orquestra, são também integrantes de importantes grupos musicais e teatrais de BH, que, unindo-se às vozes de Claudia Manzo (CH/BH), Carlos Bolívia (BO/BH) e Laura Lopes (BH), entoam composições próprias e pérolas do ritmo de origem colombiana fortemente difundido em toda a América Latina.

Para além da cumbia, a banda transita por ritmos latinos diversos, como reggaeton, ragga, lambada, guaracha, rumba e quarteto, criando conexões com elementos da música afrobrasileira. Essas fusões já originaram algumas músicas autorais, como o hino "Cómo te Lhama?" e "Yo Quiero Cumbiar", de Carlos Bolívia, e "Yo No Soy Gringa" e "Treme Terra", de Claudia Manzo. No show, as canções próprias dividem espaço com sucessos da cumbia como “Carinito” (Los Hijos del Sol) e “Loca” (Chico Trujillo), além de releituras de canções de Manu Chao, Dona Onete, Gaby Amarantos, Academia da Berlinda e Felipe Cordeiro. Versões de nomes da música contemporânea mineira, como Luiza Brina, Semreceita e Djalma Não Entende de Política também compõem o repertório.

Desde sua criação, as Lhamas têm circulado por festivais, mostras e casas de shows de Minas. O ano de 2018 começou com uma apresentação histórica com a cantora Maria Alcina, que lotou o Grande Teatro do Sesc Palladium, na abertura do Verão Arte Contemporânea (VAC). A banda já tocou ainda em festivais como Planeta Brasil – em um line-up com atrações internacionais como Phoenix, Soja e Vintage Culture – e Vibra, dividindo palco com Nação Zumbi e Graveola. Outros shows aconteceram em festas como Noites Incríveis (com o rapper Djonga) e Jangalôve (com Chama o Síndico e Então Brilha); em mostras como CineBH, FestCurtas e CineOP (Ouro Preto); entre de diversos bailes de produção própria no Necup e no Bar Latino, sendo um deles com a participação das percussionistas colombianas Orito Cantora e Jenn del Tambó.

Foto: Beth Freitas.

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