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Nova exposição do MHAB traz as influências afro-brasileiras na história de BH

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, abre ao público nesta sexta-feira, dia 30, no Museu Histórico Abílio Barreto, a exposição “NDÉ! Trajetórias Afro-brasileiras em Belo Horizonte”. A mostra apresenta a multiplicidade e a diversidade de contribuições africanas e afro-brasileiras para a construção da história de Belo Horizonte. A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 17h, quartas e quintas-feiras, das 10h às 18h30. A entrada é gratuita.

A mostra marca um importante momento de diálogo e de valorização da cultura negra, além do reconhecimento pela contribuição cultural na formação da sociedade belo-horizontina. O conjunto apresentado constitui-se de imagens e vozes de mulheres e homens de origem africana, captados em situações diversas, de trabalho, lutas políticas, insurgências, religiosidades, vida familiar, em diferentes temporalidades. Os objetos textuais, iconográficos e audiovisuais, de uso familiar ou público, convidam a perceber a presença forte e fundamental da população negra neste território, produzindo-o e sendo dele, no entanto, alijada.

“No ano em que o Museu Histórico Abílio Barreto comemora seus 75 anos de criação a exposição ‘NDÊ! Trajetórias afro brasileiras em Belo Horizonte’ oferece ao público a oportunidade de expandir sua experiência enquanto visitante, potencializando as memórias e as histórias aqui apresentadas. A exposição é um início para as reflexões sobre os múltiplos agentes e culturas que compõem a sociedade belo-horizontina”, ressalta Fabíola Moulin Mendonça, presidente da Fundação Municipal de Cultura.

O projeto da exposição deriva da aparente contradição entre a preponderância da população afrodescendente no local e de sua invisibilidade nas narrativas historiográficas e na construção de memórias. As trajetórias e experiências afro-brasileiras aqui suscitadas tecem a trama desta exposição, que evidencia Belo Horizonte alicerçada em um território negro. Evocadas por meio dos acervos compartilhados com diversos parceiros negros da cidade, essas trajetórias dialogam e complementam outras vozes trazidas à luz a partir da acolhida do MHAB à proposta de revisitar seus acervos.

“Invisibilidade e silenciamento são, contudo, expressões viscerais do racismo a estruturar a desigualdade no país. Assim, políticas de promoção de acervo e programas de instituições museais e arquivísticas, voltadas para a produção ética e diversificada de representações sociais, são fundamentais para que o direito universal à memória não seja reduzido ao privilégio de alguns grupos étnicos-raciais”, afirmam em texto curatorial Josemeire Alves e Simone Moura.

O Museu Histórico Abílio Barreto, Museu da Cidade, é a instituição museal mais antiga de Belo Horizonte, tendo como missão constituir, preservar, pesquisar e comunicar acervos históricos, tomar a dinâmica urbana como objeto de investigação e promover o acesso do público aos bens culturais, incentivando sua participação como sujeito na construção da memória e do conhecimento sobre Belo Horizonte. Nada mais pertinente a essa comemoração do que uma exposição que trate das experiências dos afro brasileiros no território da cidade, em diferentes temporalidades.

Foto: Gilson Morais

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