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Criada em 2003 aos pés do Aglomerado Santa Lúcia/Morro do Papagaio, a Casa do Beco promove o desenvolvimento humano e a transformação social por meio do fomento à produção e difusão cultural e artística em Belo Horizonte. Um dos seus principais braços de atuação de seu Núcleo Artístico é a Cia Movimento do Beco, grupo formado por jovens dançarinos de hip hop e dança contemporâneapromoverá a circulação de seu mais recente espetáculo “Lâminas”, nos dias 05/12, 12/12 e 13/12. As apresentações serão realizadas em três espaços culturais da cidade, sendo eles a sede Plug Minas, o Centro Cultural Zilah Spósito e Centro Cultural Vila Marçola, respectivamente.

A montagem é resultado de um trabalho de pesquisa desenvolvida a partir do tema “Juventude e Drogas”. Por meio da coreografia, a montagem procura transmitir os anseios e reflexões intrínsecos à realidade social dos jovens responsáveis pela encenação. Justamente em função da participação dos jovens moradores do aglomerado na concepção da coreografia, criada a partir das técnicas de dança em hip hop e dança contemporânea experimentadas na companhia, “Lâminas” expurga as inquietações da juventude a respeito das vontades internas, dos limites e possibilidades de interação com o mundo das drogas.

O título do espetáculo, remete a ideia de uma “faca de dois gumes”, abordando a temática das drogas como uma situação que trafega entre o prazer e a dependência; exageros e equilíbrios; overdoses e abstinências; natural e sintético; lícitos e ilícitos; consumismo e criminalização, contenção e expansão.

“O ponto de partida para a construção da coreografia foram as drogas ilícitas e seus diversos efeitos e danos causados numa sociedade, cujo sistema dominador insiste em tratar do assunto como caso de polícia e não como caso de saúde pública como é o caso de países mais avançados nessa discussão”, conta o diretor da montagem Victor Alves.

Com a nova montagem, a Cia Movimento do Beco oferece não só a oportunidade para diversos jovens, moradores e artistas se profissionalizarem na dança, mas também promove uma interlocução entre diferentes públicos da sociedade, a partir das produções artísticas e culturais socialmente engajadas, que são essências nas vivências de moradores das periferias da cidade. “Lâminas” é o segundo espetáculo montado pela companhia, que também criou e apresentou a montagem autoral “Estima”, e produziu a vídeo-dança “Folhas Secas me Outonam”.

Foto: Roberth Michael