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Dia do Forró: Pisa na Fulô fecha 2019 com baile que celebra o aniversário de Luiz Gonzaga no dia 14

Baile do Pisa acontece no Catavento Cultural, com participações do Trio Lampião e de Cimara Fróis; 12a edição da festa abre alas para o Carnaval de 2020

"Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou seu povo, o sertão, as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes e o amor". A frase é de Luiz Gonzaga, um dos nomes mais importantes da música popular brasileira, que no dia 13 de dezembro completaria 107 anos de vida. No sábado, 14, um dia após a data – hoje celebrada como o Dia Nacional do Forró – acontece a 12a edição do Baile do Pisa em 2019. A festa do Pisa na Fulô, primeiro bloco de forró do Brasil, ocupa o Catavento Cultural e conta com a participação do Trio Lampião, da sanfoneira e cantora Cimara Fróis (Trio Mana Flor, Xote das meninas), além de discotecagem do DJ Rubens.

Parceria do Pisa com o Quintal de Jabu, o baile encerra o ano de 2019 e abre caminhos para o desfile de 2020. “Os bailes do Pisa são o que financiam o nosso Arraial e o nosso Carnaval. Todo o recurso de bilheteria vai para o bloco”, explica Drica Mitre, uma das vocalistas do grupo, destacando a configuração da bateria do bloco, cuja instrumentação típica do forró é composta por zabumba, agogô de coco e triângulo. “Nos bailes, toda a bateria toca. Também sempre abrimos uma roda durante a apresentação, para que as pessoas dancem forró”, diz. O evento ainda conta a tradicional feira de Mangaio, com produtos carnavalescos e uma barraca com venda exclusiva de produtos do Pisa.

O repertório da apresentação se debruça sobre uma pesquisa que mira o universo do forró, cultura musical genuinamente brasileira. Com harmonia formada por três vocais, duas sanfonas e baixo acústico, o bloco entoa clássicos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinês, Gilberto Gil, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e outros que marcam o gênero. Assim, a apresentação mistura ritmos como xote, baião e rastapé, e são sempre marcadas pela participação do público.

Nesta edição, o grande foco será dado a Gonzagão, baluarte do universo forrozeiro e aniversariante do fim de semana. “Luiz Gonzaga é uma referência para a música popular brasileira e para o forró. Além de reverenciar sua obra, gostamos muito da temática que ele aborda em suas músicas”, afirma um dos sanfoneiros do Pisa, Thiago Gazzinelli. “Gonzagão cantava a sabedoria popular do homem do sertão, a história triste das migrações. Consegue transmitir isso muito bem”, sublinha.

O ano de 2019 e o próximo Carnaval

Produtora do Pisa, Marina Faria afirma que o ano foi bem movimentado e mostrou que tanto o bloco como a banda cresceram muito. “Foi, sem dúvida, o ano que tivemos mais eventos, alguns particulares, inclusive. Tocamos pela primeira vez em um evento grande da cidade, o Festival Jângalove, e mais recentemente no festival de forró Rooststock, que teve participação de grandes nomes da música brasileira, como Geraldo Azevedo e Mariana Aydar”, relembra.

Faria afirma que o Carnaval foi bem maior que o esperado e que o Pisa buscou se preparar para o ano que vem, inclusive por meio dos bailes, arrecadando verba para o desfile. “Estamos cada vez mais preocupados em aprimorar a qualidade musical do bloco e aprofundar nossos conhecimentos sobre os ritmos do forró. Em outubro, oferecemos quatro oficinas rítmicas aos batuqueiros e o mês de novembro foi dedicado aos ensaios, junto com a harmonia, já preparando o novo repertório para 2020”, diz.

Também produtora do Pisa, Annelisa Lages ressalta a pegada social do Carnaval do bloco. “Vale dizer que o Pisa sempre pauta causas sociais, ambientais e políticas em seu desfile e que, em 2020, a proposta não será diferente. Continuaremos a utilizar a arte para sensibilizar e discutir as questões que acreditamos serem importantes nos dias atuais”, completa. “Nosso tema 2020 ainda está sendo fechado, mas já podemos adiantar que vamos abarcar a causa ambiental, vistas tantas tragédias ocorridas em 2019, de forma lúdica, poética. O roteiro artístico será baseado em uma grande obra da literatura brasileira”, adiana Marina Faria.

Sobre o Pisa

O Pisa na Fulô foi criado em 2015, pelo regente carnavalesco Di Souza e um grupo de alunos de percussão, com a proposta pioneira de levar o forró e outros ritmos para a folia de rua de BH. O bloco propõe ainda a descentralização da festa na capital mineira, a partir da ocupação de espaços do bairro Carlos Prates. Foi desse desejo que a praça localizada no encontro das ruas Peçanha e Patrocínio virou palco para as apresentações do Pisa. Anteriormente abandonado, o local foi apelidado carinhosamente de Praça Pisa na Fulô.

É de lá que o cortejo do bloco se concentra, sempre na terça-feira de Carnaval. A cada ano, o Pisa na Fulô busca ampliar sua estrutura para receber um público que cresce espontaneamente. Por se tratar de um bloco de forró, desde 2015 o grupo também organiza seu arraial, que acontece na mesma praça. O evento, que resgata a festa popular com suas características típicas, é produzido de forma colaborativa e conta com a participação de toda a produção, harmonia e bateria do Pisa. A comunidade do bairro sempre participa, tanto se divertindo quanto vendendo comidas e bebidas típicas.

Além do desfile do bloco, do Arraial e dos bailes, o Pisa na Fulô frequentemente recebe convites para tocar em eventos, principalmente no pré-Carnaval e na época das festas juninas. Nesse sentido, o bloco já se apresentou em eventos como Arraial de Belô, Arraial do Tombo, Festa Junina da UniBH e Arraial da Casa de Gentil.

Foto:Bittar e Paiva

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