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Comemoração dos 20 anos do FAN BH ficou marcada como uma das mais significativas edições do evento

Entre os dias 25 e 29 de novembro, Belo Horizonte tornou-se a capital da cultura e arte de matriz africana. A celebração dos 20 anos do FAN BH – Festival de Arte Negra de Belo Horizonte aglutinou artistas, produtores, pensadores e público de todas as partes da cidade em um verdadeiro “Encontro” – tema que norteou toda a programação do evento – da multiplicidade da arte e da cultura negra. Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), o evento recebeu cerca de 90 mil pessoas nos cinco dias de festa, com programação compartilhada em diversos espaços - Parque Municipal, Praça da Estação, Viaduto Santa Tereza, CCBB, Memorial Minas Vale, Teatro Marília, Teatro Francisco Nunes, Sesc Palladium, Academia Mineira de Letras, Biblioteca Infantil e Juvenil, Centro de Referência da Moda, dentre outros.

 

O Festival contou com recursos da Prefeitura Municipal no valor de R$ 1,1 milhão, contando ainda com investimentos de parceiros e apoiadores como o Sesc, Circuito Liberdade, CCBB e Memorial Minas Vale. Foram 29 espetáculos musicais, 17 apresentações teatrais, 9 exposições, Encontro Literário, Feira de Livros, 7 debates, 7 oficinas, 35 exibições de filmes, 5 intervenções urbanas,cerca de 40 empreendedores de moda, arte, artesanato e beleza no Ojá, e 15 líderes religiosos de diferentes crenças ligados às religiões de matriz africana, católica, evangélica, muçulmana e judaica, que participaram do Ubuntu - Encontro da Diversidade Religiosa. O FAN BH reuniu cerca de 120 atividades ligadas a arte e cultura negra, que contaram com a participação de mais de 500 artistas, palestrantes e ativistas. Além disso, envolveu cerca de 150 profissionais, a maioria negros, entre gestores, técnicos, produtores e equipe de apoio.

 

O Festival de Arte Negra teve seu alcance ampliado pela Temporada FAN, uma série de atividades que antecedeu o evento principal com ações realizadas de maio a 24 de novembro de 2015, em 20 espaços distintos, com mais de 300 atrações realizadas por artistas e produtores privados e pela FMC.  Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, “O FAN BH cumpre um papel importante ao levantar o tema do respeito à diversidade e contribuir para o fomento e divulgação das manifestações oriundas deste vasto universo que é a arte negra. Fizemos um evento à altura do respeito que toda essa cultura merece”, diz.

 

Simone Araújo, Diretora de Ação Cultural da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, comemora os resultados positivos e destaca a importância do festival. “Trata-se do principal festival de arte negra da América Latina, e temos muito orgulho por ele ser realizado em Belo Horizonte. Há uma dedicação muito especial por parte da Prefeitura e da Fundação Municipal de Cultura, em realizar um evento cada vez melhor e abrangente. Destacamos novas ações como o Ubuntu – Encontro da Diversidade Religiosa – e o FANZINHO - espaços e programação especialmente pensados pela Fundação Municipal de Cultura e Secretaria Municipal de Educação - dedicado às crianças com o objetivo de formar e afirmar a cultura e o orgulho de ser negro. Ver as crianças se apresentando e curtindo o Festival, com destaque para uma jovem revelação como a MC Soffia (11 anos), mostrando sua arte e totalmente engajada com o orgulho de ser negra foi muito gratificante”, conclui.

 

Rosália Diogo, que assina a curadoria do festival juntamente com Denilson Tourinho e Ibrahima Gaye, ressalta a importância da experiência de participar da construção da 8° FAN BH: “Além de reunir artistas e um público bastante expressivo e consciente, eu tenho a impressão de que as pessoas passaram a entender, de fato, o que é o FAN BH. Acho que foi um festival muito rico que promoveu a reflexão sobre a importância da cultura de matriz africana. E que venham outros como este, em diálogo com a cidade e com o mundo, para que possamos valorizar, cada vez mais, a cultura afro-brasileira, a arte negra, a potente herança que os africanos deixaram no continente e, sobretudo, em Belo Horizonte, lugar onde se realiza o maior festival do gênero fora do continente africano”, conclui.

 

 Sobre o Festival de Arte Negra

O FAN BH foi criado em 1995, no tricentenário de Zumbi dos Palmares, com o objetivo de dar visibilidade à vigorosa produção cultural dos povos africanos e seus descendentes. A oitava edição celebrou seus 20 anos de existência em um momento icônico, ocorrendo justamente no primeiro ano da Década Internacional dos Afrodescendentes, cujo período é de janeiro de 2015 a dezembro de 2024. Trata-se de uma resolução da ONU, firmada em Assembleia Geral no ano de 2013, cujo objetivo consiste em promover o respeito, a proteção e a realização de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de afrodescendentes, como reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Foto: Divulgação

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