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Quatro espetáculos inéditos das “Muvucas Artísticas” são destaque no 11º Festival de Arte Negra de Belo Horizonte nesta semana
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC), apresenta os espetáculos das Muvucas Artísticas do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte - FAN BH. Principal novidade e ação de destaque no evento neste ano, o encontro traz 40 artistas de diferentes áreas e linguagens, de MInas Gerias e estrangeiros residentes no Brasil: os Muvucandes. Divididos em quatro grandes grupos, eles criam e apresentam espetáculos totalmente inéditos em BH nesta semana. Toda a programação é gratuita.
Nas Muvucas Artísticas, a criação acontece em um dínamo de potências negras criativas. Cada uma das Muvucas tem condução de uma importante figura da direção artística nacional, os Muvukêros e Muvukêras. São eles: Dione Carlos (SP), Gil Amâncio (MG), Grace Passô (MG) e Zebrinha (BA). O objetivo é promover a integração de linguagens, gerações, improvisos e experiências de muitos lugares sob um mesmo processo criativo e colaborativo.
Veja abaixo a programação dos espetáculos das Muvucas
Muvuca Nº01 - Muvukêro Gil Amâncio (MG)
Dia 7 de dezembro, às 20h
Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado
Muvuca Nº02 - Muvukêra Grace Passô (MG)
Dia 9 de dezembro, às 20:30h
Galpão Cine Horto - Teatro Wanda Fernandes
Muvuca Nº03 - Muvukêra Dione Carlos (MG)
Dia 10 de dezembro, às 20:30h
Galpão Cine Horto / Teatro
Muvuca Nº04 - Muvukêro Zebrinha (BA)
Dia 10 de dezembro, às 20h
Teatro Francisco Nunes
De acordo com a diretora artística desta edição do Festival, Aline Vila Real, diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura, “as muvucas são o coração do Festival, justamente porque elas presentificam a potência dos encontros, da criação coletiva, da reunião de artistas negros e negras, sem perder o brilho das singularidades de cada um. Esses formatos são também estratégias de continuidade e mobilização da produção cultural negra em enfrentamento à situação imposta pela pandemia que agravou os efeitos do racismo estrutural no país”, afirma.
SOBRE AS MUVUCAS
Encontro de pluralidades artísticas - Dança, canto, rap, música e astrofísica são as especialidades dos muvucandes da experiência que será dirigida pelo músico, professor e preparador corporal Gil Amâncio na Muvuca Nº 01 FAN BH. “Na nossa muvuca, vamos vadiar no som, no movimento, na palavra, na imagem”, explica o diretor Gil Amâncio, que vai trabalhar com Débora Costa (Belo Horizonte - MG), Dewson Mascote, Egler Bruno, Junin Ribeiro, Pimenta, Wilson Dias, todos de Belo Horizonte, Glaw Nader (São Paulo - SP), Marissol Mwamba (Florianópolis - SC) e Raquel Cabaneco (Guineense/Brasileira)
Vida pulsante - A atriz, dramaturga e diretora mineira Grace Passô dirige Muvuca Nº 01 FAN BH que tem como proposta uma “celebração da presença de vida pretas, das nossas vidas que já atravessaram e continuam atravessando tantas guerras”, explica Grace. Fazem parte da Muvuca os artistas Alysson Salvador (Belo Horizonte - MG), Amora Tito (Belo Horizonte - MG), Azzula (Santa Cruz dos Calvários - MG), Douglas Din (Belo Horizonte - MG), Luana Vitra (Contagem - MG), Manu Ranilla (Belo Horizonte - MG), Otis (Campinas - SP) e Wannata Aruanã (Belo Horizonte - MG).
De volta ao encantamento – Sob a direção da atriz, dramaturga, roteirista e curadora paulistana Dione Carlos a Muvuca Dramatúrgica - Muvuca Nº 03 FAN BH se apresentam, os artistas Alisson Damasceno,Kainná Tawa, Lira Ribas, Michelle Bernardino, Richard Neves, todos de Belo Horizonte - MG, Eugênio Claveles (Salvador - BA), Irma Ferreira (Salvador - BA) e Lucas dos Prazeres (Recife - PE), . A Muvuca Dramatúrgica tem como proposta cenas curtas a partir de uma imersão em trechos de peças, poesias, letras de músicas, fotografias e pinturas. “Um encontro entre potências criativas coexistindo dentro de um mesmo espaço, gerando uma experiência sensível baseada na partilha de saberes-sons-sabores”, explica a diretora.
Palmares é a Muvuca de Zebrinha - O bailarino, professor e coreógrafo baiano José Carlos Arandiba, o Zebrinha, dirige a Muvuca Nº 04 FAN em que trabalhará com os artistas Maíra Freitas (Rio de Janeiro - RJ), Jeiza da Pele Preta (Belo Horizonte - MG), Galha (Belo Horizonte - MG), Ricardo Campos (Belo Horizonte - MG), Juliana Floriano (Belo Horizonte - MG), Suellen Sampaio (Belo Horizonte - MG), Ìdowú Akínrúlí (Porto Alegre - RS), Farley, Léo Alabê (Belo Horizonte - MG) e Vic Alves (Belo Horizonte - MG). Zebrinha propõe, por meio da utilização das técnicas e estilos de danças de matriz africana, trabalhar um vocabulário de movimentos baseados nos legados deixados pelos povos africanos bantu, yorubá e mina ou gêge. “Dentro das linguagens de movimento que eu tenho experimentado no Bando de Teatro, Balé Folclórico da Bahia e Cia dos Comuns, pretendo usar desses artífices para experimentar e criar, e daí, talvez, produzirmos um produto artístico a várias mãos, estabelecendo assim, um Palmares das linguagens artísticas”, explica Zebrinha.
SOBRE A 11ª EDIÇÃO DO FAN BH
Neste ano, o FAN BH traz o tema “Muvuca de Pretuntu” e parte das conexões culturais entre Brasil e África, mais especificamente das influências da cultura bantu na formação da identidade brasileira e suas relações com Minas Gerais. Esta edição destaca o desejo de aproximação - através dos encontros, reflexões, trocas de experiências, de afetos -, a partir de processos criativos colaborativos que se darão durante o festival. A curadoria do festival, em 2021, é composta pelo artista plástico Froiid, pela atriz, cantora e compositora Júlia Tizumba e pelo cantor e compositor Sérgio Pererê. A direção artística desta edição é de Aline Vila Real, diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura.
SOBRE O FAN BH
O Festival de Arte Negra de Belo Horizonte - FAN BH é parte integrante da política pública de cultura do município e é um dos maiores eventos dedicados à arte e à cultura negra na América Latina. Sua primeira edição, em 1995, integrou as celebrações do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, herói nacional e símbolo da resistência cultural da população negra do Brasil. Na época, o evento movimentou a cidade, que assistiu a ocupação de suas ruas, praças e teatros por artistas oriundos de diversos pontos da África e das diásporas negras.
A partir da segunda edição, em 2003, o FAN BH ganhou caráter permanente, com periodicidade bienal. Da mesma forma, reforçou a sua contribuição enquanto difusor da arte negra no Brasil e sua fundamental importância para compreensão da origem e a inserção das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas. Ao longo de sua trajetória, o Festival tem se consolidado como um importante fórum de encontros entre artistas locais, nacionais e internacionais para compartilhar ideias, procedimentos, perspectivas e técnicas sobre a Arte Negra.
A edição mais recente do FAN BH aconteceu em novembro de 2019 e teve como eixo de reflexão “Território Memória”, articulado às práticas culturais e artísticas negras. A programação da 10ª edição levou 510 artistas a diversos palcos da cidade, sendo 330 de Minas Gerais e 180 de outros 10 estados e países como Alemanha, Gana e Senegal. Foram realizadas 150 atividades, alcançando um público de mais de 25 mil pessoas.
Foto: Divulgação
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