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MINAS POCKET LITERATURA recebe a performance ANTIBOI do poeta e artista RICARDO ALEIXO

A programação do Minas Pocket, da Fundação Clóvis Salgado, se encerra em 2018 recebendo na Sala Juvenal Dias o poeta, artista visual e sonoro, cantor, compositor, performador, ensaísta e editor Ricardo Aleixo, que apresentará a performance intermídia Antiboi, baseada no seu livro homônimo lançado no ano passado. O autor terá como convidado especial Paulo Sérgio Thomaz, com quem vem desenvolvendo um trabalho musical em duo.

Na performance, Aleixo e Paulo produzirão, em tempo real, a ambiência eletroacústica sobre a qual serão entoados poemas que fazem parte do livro, enquanto imagens extraídas de vídeos realizados pelo poeta são projetadas. “Neste ano, estou voltando a dedicar maior parte do meu tempo à música, que veio antes mesmo da poesia e é minha primeira linguagem. Quando recebi o convite da Fundação Clóvis Salgado foi muito natural pensar no Paulo, porque temos um grande repertório musical juntos e é o artista em Belo Horizonte com quem tenho um convívio contínuo”, conta Ricardo.

Segundo ele, os convites para se apresentar na cidade são raros e costuma trabalhar mais fora de BH do que na sua cidade natal. “Muitas vezes brinco dizendo que não estou à altura de Belo Horizonte ainda, então me apresentar no Palácio das Artes no fim de um ano que foi muito difícil para todos me traz um sentido de celebração da resistência ativa, que se dá a todo tempo”, comemora.

Para Ricardo, Antiboi é um livro de resistência, que é o alicerce da sua relação com o mundo. “Toda a minha vida se organiza em torno da resistência ativa, que não se dá frente a algo, uma pessoa ou um evento, porque ela deve existir o tempo todo no contexto do capitalismo, que possui o racismo e o machismo como seus dois grandes tentáculos”, comenta. Finalista do prêmio Oceanos, Antiboi reúne 32 poemas escritos entre 2013 e 2017, muitos publicados originalmente nas redes sociais do autor, trazendo uma visão crítica da realidade brasileira contemporânea.

Baseada no livro homônimo, a performance foi apresentada na Festa Literária Internacional de Paraty – FLIP de 2017 e, desde então, somente o público do Cabaret Voltaire, em Zurique, teve oportunidade de conferir a obra, que explora o conceito de poesia expandida. “Entendo que só existe poesia expandida e arte expandida quando existe expansão da mente e quando a mente participa da elaboração e da presentificação do projeto artístico quase que ao ponto de romper as fronteiras entre vida e arte. É algo que pode chegar até os meios eletrônicos e digitais, mas que parte dessa expansão, conectando mente e corpo. Isso tem a ver com autoconhecimento e com a abertura das portas da percepção, intuição e outros tipos de inteligência que nem sempre estão na arte”, observa Aleixo.

Minas Pocket – Por meio do Minas Pocket, a FCS realiza uma programação diferenciada, com eventos sobre Literatura,Design, Arquitetura, Dança, Performance e Teatro. Desse modo, o programa garante e estimula a ocupação do complexo cultural do Palácio das Artes, potencializando a produção e a fruição cultural na cidade.

Ricardo Aleixo - Poeta, artista visual e sonoro, cantor, compositor, performador, ensaísta e editor, publicou, entre outros, os livros Pesado demais para a ventania (Todavia, 2018, finalista do Prêmio Oceanos). Antiboi (LIRA/Crisálida, 2017), Impossível como nunca ter tido um rosto (edição do autor, 2015), Modelos vivos (Ed. Crisálida, 2010 – um dos 10 finalistas dos prêmios Portugal Telecom e Jabuti 2011) e Trívio (Ed. Scriptum, 2001). Como solista ou integrante da Cia SeráQuê e do Combo de Artes Afins Bananeira-ciência, já performou na Alemanha, na Argentina, em Portugal, na França, na Suíça, no México, na Espanha e nos EUA. Integra antologias, coletâneas e edições especiais de revistas e jornais dedicados à difusão da poesia brasileira nos EUA, na Argentina, em Portugal, na França, de País de Gales, em Angola e no México. Tem participado de importantes exposições coletivas, como Poiesis < Poema entre pixel e programa > (RJ, 2007), Radiovisual – Em torno de 4’33”(Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 2009) e Poética Expositiva (RJ, 2011). É curador dos eventos Feira de Inutensílios ePoesia&. Edita a revista Roda – Arte e Cultura do Atlântico Negro e a Coleção Elixir, de plaquetes tipográficas. Concentra seus projetos de criação e pesquisa no Laboratório Interartes Ricardo Aleixo, no bairro Campo Alegre, em Belo Horizonte, cidade onde nasceu em 1960.

 

Foto: Rafael Motta

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